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PolíticaCosta do Marfim

Costa do Marfim: Jovem é esfaqueado em vésperas de eleições

mc | Lusa | AFP
29 de outubro de 2020

Um comerciante foi morto na quarta-feira (28.10) à noite, a poucos dias das eleições presidenciais. Ex-presidente da Costa do Marfim Laurent Gbagbo diz que o país está a caminhar para uma "catástrofe".

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Força policial durante protestos em Abidjan contra recandidatura de Ouattara, a 13 de agostoFoto: Reuters/L. Gnago

A três dias das presidenciais de sábado (31.10) na Costa do Marfim, um jovem foi esfaqueado mortalmente na comuna de Yopougon, em Abidjan, na noite de quarta-feira (28.10).

Um residente, que falou à agência France-Presse (AFP) na condição de anonimato, disse que se tratava de um lojista e que o assassinato foi cometido "após a intervenção dos bombeiros para apagar o fogo" de veículos queimados. 

Elfenbeinküste Abidjan | Wahlen | Proteste
Protesto em Abidjan contra terceiro mandato de Alassane OuattaraFoto: Sia Kambou/AFP/Getty Images

Fonte policial avançouque um autocarro, um 'gbaka' (minibus coletivo) e outros dois carros foram incendiados por "indivíduos não identificados com capuz", por volta das 20h locais. Num vídeo que circula nas redes sociais, apresentado por habitantes como tendo sido filmado no local dos eventos, há um grupo de jovens armados com paus e facas a circular com os rostos descobertos. 

Escalada de violência

A Costa do Marfim vive um clima de tensão depois da oposição ter apelado à "desobediência civil" para protestar contra a candidatura do chefe de Estado Alassane Ouattara a um controverso terceiro mandato. A Constituição do país permite apenas dois mandatos presidenciais, mas a adoção da nova Constituição em 2016 terá colocado o contador para zero, segundo Ouattara.

Conseguir que as pessoas votem na Costa do Marfim

A oposição acusa as autoridades de terem milícias armadas de "micróbios" que cometem assassinatos, numa tentativa de quebrar o seu apelo à população a um "boicote ativo ao processo eleitoral".

O Governo responde que estes milicianos, cuja presença tem sido mencionada por residentes em várias cidades onde tem ocorrido violência mortal, são orquestrados pela oposição. Por outro lado, cerca de 35 mil membros das forças de segurança foram destacados para garantir a segurança das eleições.

Nova crise à vista?

Nos últimos três meses, a violência e os confrontos intercomunitários mataram cerca de 30 pessoas, suscitando o receio de uma nova grande crise.

A crise pós-eleitoral de 2010-2011 causou 3 mil mortos após a recusa do Presidente Laurent Gbagbo em reconhecer a sua derrota contra Ouattara. 

O antigo Presidente Laurent Gbagbo, que não se tinha manifestado publicamente desde a sua detenção em abril de 2011, disse esta quinta-feira que a Costa do Marfim está a caminhar para uma "catástrofe" e apelou ao diálogo, numa entrevista à TV5 Monde.

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