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DesastresMadagáscar

Ciclone Freddy faz quatro mortos em Madagáscar

cm | AFP | Lusa | Reuters
22 de fevereiro de 2023

Pelo menos quatro pessoas morreram em consequência do ciclone tropical Freddy que atingiu o Madagáscar. Mais de 11.000 pessoas ficaram deslocadas. Freddy deverá atingir a costa moçambicana até à próxima sexta-feira.

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Foto: NASA VIA REUTERS

De acordo com o Gabinete Nacional de Gestão de Riscos de Catástrofes de Madagáscar (BNGRC), o mau tempo, acompanhado de ventos fortes na costa leste, fez quatro mortos, afetando um total de 16.660 pessoas.

Cerca de 3.300 casas foram inundadas e outras tantas ficaram danificadas. Mais de 11.000 pessoas foram obrigadas a sair das suas casas, a maioria foi transferida para abrigos de emergência como medida de precaução.

O ciclone trouxe menos chuva do que se temia, mas rajadas de vento de até 180km/h arrancaram telhados de prédios e devastaram vastas áreas.

"Os danos registados estão relacionados essencialmente com o vento", explicou Faly Aritiana Fabien, do BNGRC, em declarações à agência France-Presse.

A tempestade atingiu o norte de Mananjary. A cidade costeira de 25.000 habitantes ainda estava a lidar com a destruição deixada pelo ciclone Batsirai, no ano passado, que matou mais de 130 pessoas.

Hohe Wellen durch Zyklon Freddy bei La Reunion
Pelo menos 16.660 pessoas foram afetadas em Madagáscar pelo ciclone FreddyFoto: RICHARD BOUHET/AFP

Moradores avaliam danos

Em Mananjary, os moradores acorreram esta manhã às ruas para avaliar os danos provocados pelo ciclone e salvar o que conseguissem. Apesar dos milhares de sacos de areia usados para reforçar os telhados, a força do vento espalhou muitas chapas de metal.

Faly Aritiana Fabien, do Gabinete Nacional de Gestão de Riscos de Catástrofes, sublinhou que o Freddy foi "um dos ciclones mais fortes" a atingir o país. Cerca de dez tempestades ou ciclones atravessam anualmente o sudoeste do Oceano Índico durante a época dos ciclones, que decorre entre outubro e abril.

Pascal Salle, morador da cidade de Mananjary, chorou ao avaliar os novos danos, pouco tempo depois do ciclone Batsirai do ano passado.

"Não pensei que houvesse um ciclone mais poderoso do que Batsirai", exclamou. "A cerca caiu, a minha caixa de água de plástico partiu-se, uma janela foi arrancada e o jardim transformado num campo arenoso. Não posso passar por isto todos os anos, não é possível", lamentou.

O Programa Alimentar Mundial (PAM) estima que mais de 2,3 milhões de pessoas em Madagáscar poderão ser afetadas pelo Freddy.

Madagaskar Hochwasser Zyklon Batsirai
A cidade costeira de Mananjary foi devastada no ano passado pelo ciclone Batsirai, que matou mais de 130 pessoasFoto: Alkis Konstantinidis/REUTERS

Ciclone a caminho de Moçambique

O Freddy foi descrito como uma das intempéries mais duradouras dos últimos tempos, tendo já passado pela Ilha da Reunião e ao largo das Maurícias, sem causar grandes danos. O ciclone desenvolveu-se durante a primeira semana de fevereiro no noroeste da Austrália e no sul da Indonésia.

A previsão é de que o Freddy deixe Madagáscar esta noite e atinja Moçambique até sexta-feira (24.02), já como tempestade tropical, com fortes chuvas e ventos de menor intensidade.

O Governo moçambicano decretou na terça-feira o estado de alerta vermelho para acudir com maior agilidade às cheias que já estão a afetar o país.

Segundo um balanço atualizado na terça-feira, subiu para 95 o número de mortes na época das chuvas, total que contabiliza já 11 óbitos nas cheias registadas entre 07 e 20 de fevereiro no sul do país. Estas cheias, que afetaram especialmente a região de Maputo, causaram prejuízos a 43.500 pessoas, fazendo subir para 100 mil o total de afetados desde o início da época das chuvas.

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