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Militantes do FNLA alegam ter destituído líder Lucas Ngonda

12 de setembro de 2018

Militantes descontentes com a direção da FNLA acusam o líder de contratar milícias para agredirem idosos. E devem apresentar nesta quinta-feira (13.09.) a nova comissão de gestão que vai preparar um congresso inclusivo.

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Lucas Ngonda, líder da FNLA supostamente destituídoFoto: DW/J. Adalberto

Em vigília há uma semana, os militantes do partido fundado por Holden Roberto, na sua maioria idosos, continuam a dizer que "Lucas Ngonda não vai matar a FNLA". Estes partidários tentaram persuadir através do diálogo o dirigente a deixar a liderança, mas em nada resultou.

Lucas Ngonda recusa dialogar com os seus correligionários. Por esta razão os mesmos decidiram destituir o presidente do cargo que ocupa desde 2010.

"No dia 7 de Setembro foi feita uma declaração de destituição do senhor Lucas Ngonda do cargo de presidente do partido FNLA. O senhor Lucas Bengui Ngonda já não é presidente da FNLA”, disse Lucinda Roberto, a porta-voz dos militantes.

Com a destituição do presidente do partido, que participou na luta contra o colonialismo em Angola, os militantes que se reuniram na terça-feira (11.09.), garantem ter já constituído a comissão de gestão que vai preparar o congresso. Neste evento poderá ser eleito o novo líder e dar mais espaço para a participação da juventude.

Nova direção de transição apresentada em breve

Angola Luanda - Mitglieder der FNLA, angolanische Partei
Militantes da FNLA descontentes Foto: DW/B. Ndomba

O órgão, segundo Lucinda Roberto, será apresentado à imprensa no dia 13 de setembro: "Vamos anunciar na quinta-feira, diante da imprensa, a direção de transição que vai trabalhar para unidade e reconciliação do partido, e posteriormente, em 180 dias vai constituir uma comissão preparatória para um congresso claro, amplo e inclusivo”.

No passado dia 4, enquanto protestavam em frente à sede nacional do partido, os militantes dizem ter sido alvos de agressões por uma milícia conhecida como "canhexes”, homens corpulentos, geralmente contratados para baterem nos manifestantes em Luanda.

Dois idosos ficaram feridos e os membros acusam Ngonda de ser o mandante das agressões.

"Na quarta-feira, o grupo de 12 anciãos foram agredidos, foram contratados meliantes que agrediram os mais velhos na presença da secretária para os assuntos eleitorais, a senhora Amélia Florinda António e diante do secretário-geral Mukumbi Dala e de dois agentes da polícia. Os anciãos pretendiam dialogar com o presidente”, acusou Lucinda Roberto que apresentou uma queixa-crime contra Lucas Ngonda.

Entretanto, Lucas Ngonda e o seu staff continua a não querer prestar declarações à imprensa apesar de várias tentativas.

Direção do FNLA acusa membros

Militantes da FNLA alegam ter destituído líder Lucas Ngonda

No fim de semana a direção da FNLA, Frente Nacional de Libertação de Angola, acusou, através de um comunicado, os militantes e os órgãos de comunicação social de proferirem ameaças.

Segundo o comunicado, assinado pelo secretário-geral, Pedro MukumbiDala, "o aglomerado de pessoas com atitudes agressivas estava espalhado pela rua que dá acesso à sede nacional e fazia-se acompanhar de vários órgãos de imprensa, proferindo insultos contra a direção do partido, ameaçando atentar contra a integridade física do presidente”.

Victor António de 69 anos, saiu da Província do Uíge para exigir em Luanda o afastamento de Lucas Ngonda da presidência da FNLA.

Para o militante, o dirigente deveria dialogar com os seus membros.

"Agora perguntamos, nem com militantes fala, que tipo de presidente ele é? Todo o pai que foge de seus filhos não é pai. O bom pai é aquele que se aproxima dos filhos e os aconselha e ouve as palavras dos seus filhos. Sendo presidente da FNLA, ele tinha que ouvir a voz dos militantes”, criticou o veterano.

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