Pára-quedistas alemães decolam nesta segunda para Afeganistão
7 de janeiro de 2002O primeiro grupo de pára-quedistas alemães deverá embarcar para o Afeganistão na noite de segunda-feira. Neste domingo, 100 deles serão transferidos da Brigada 31, em Oldenburg, para o aeroporto militar de Colônia, onde irão se unir a 70 soldados holandeses, dinamarqueses e austríacos, que também integrarão a Força Internacional para o Afeganistão (ISAF). A viagem será realizada em vôo charter, pois as Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) não possuem avião apropriado para a operação.
A definição sobre a data do envio dos soldados alemães acontecerá apenas na segunda-feira. Durante o fim de semana, o ministro da Defesa, Rudolf Scharping, acompanha, em Potsdam, o relatório dos três oficiais que estiveram esta semana em Cabul, verificando as condições e opções de alojamento, abastecimento e transporte na capital afegã. Seis outros oficiais alemães permanecem em Cabul para esclarecer detalhes. Segundo o Ministério do Interior do Afeganistão, a Alemanha ainda não apresentou qualquer plano de onde pretende alojar seus soldados.
Segundo o Ministério da Defesa alemão, o contingente inicial da Bundeswehr na ISAF deverá ser de 200 soldados. Depois, ele será gradativamente ampliado para mais de 800. O parlamento federal aprovou o envio de 1200. No Afeganistão, os soldados alemães terão a missão de garantir a segurança e estabilidade do novo governo.
Situação no Afeganistão
– A procura pelo líder talibã Mohammed Omar e o terrorista Osama bin Laden continua. Conforme o serviço secreto afegão, as buscas concentram-se agora na região de Baghran, no sul do país.No sábado, o Washington Post divulgou que as autoridades paquistanesas capturaram um líbio, suspeito de participar da cúpula do grupo terrorista Al-Qaeda. Ibn a-Shaykh al-Libi teria sido entregue aos Estados Unidos, na esperança de colaborar com informações para descobrir onde os demais líderes talibãs e terroristas se escondem.
Somália
– O governo alemão não planeja participar de qualquer ação militar na Somália, afirma Franz Müntefering, secretário-geral do Partido Social Democrático (SPD), o mesmo do chanceler federal, Gerhard Schröder. "Nós vamos realizar nossa parte, sem sobrecarregar a Bundeswehr", disse Müntefering ao jornal Berliner Morgenpost.Ele acrescentou que a Alemanha só está disposta a agir militarmente em países cujos governos assim o desejem. Em países como a Somália, onde o governo não tem o domínio de todo o território, uma ação das Forças Armadas alemãs necessitaria da aprovação do parlamento federal. "Mas isto tudo não passa de especulação", completou.
Missão da Marinha
– As suspeitas de que os EUA planejam uma intervenção militar na Somália cresceram após o deslocamento de forças navais para o Golfo de Áden, na entrada do Mar Vermelho. Desde o início dos ataques ao Afeganistão, correm boatos de que o país do chifre africano poderia ser o próximo alvo da luta antiterror. A Marinha alemã também enviou navios para o Golfo de Áden, oficialmente para garantir o tráfego no Mar Vermelho.Ao aprovar em novembro o envio de soldados alemães para o Afeganistão, o Partido Verde excluiu a possibilidade de referendar também eventuais ações militares contra a Somália e o Iraque. Um ataque ao país africano reavivaria os atritos dentro do governo social-democrata e verde alemão.
Suspeitos em Bremen – A Alemanha continua sendo palco de ação dos fundamentalistas islâmicos, segundo a revista Focus. O semanário afirma que estão recrutando em Bremen voluntários para ir à guerra no Afeganistão. Na quinta-feira, a polícia teria revistado as residências de dois suspeitos, um tunisiano e um libanês. Eles estariam operando uma espécie de agência de viagens do terrorismo.