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Ban Ki-moon está em Moçambique

Romeu da Silva (Maputo)20 de maio de 2013

O secretário-geral da ONU chegou a Maputo para uma visita oficial de dois dias. Ban Ki-moon está no país enquanto o Governo e a RENAMO tentam pôr fim a clima de tensão política.

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Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, com Presidente da Assembleia da República moçambicana, Verónica MacamoFoto: picture-alliance/dpa

Ban Ki-moon chegou esta segunda-feira (20.05) a Moçambique. No início da sua visita oficial ao país, o secretário-geral das Nações Unidas reconheceu que alguns dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio poderão não ser alcançados até à data limite, 2015, a nível mundial. Ban Ki-moon destacou que alguns países africanos avançaram rumo ao cumprimento das metas. No entanto, nem todos progridem ao mesmo ritmo.

"Precisamos de outras formas de luta para erradicarmos a pobreza e de procurarmos formas para que o futuro seja risonho para todos a longo prazo", disse Ki-moon numa mesa redonda em Maputo dedicada ao tema. "Em segundo lugar, deve haver muita coerência na busca de soluções locais para os problemas da pobreza."

Obdachloser in Maputo
Mais de metade da população de Moçambique vive abaixo do nível da pobrezaFoto: Ismael Miquidade

Um dos países que poderá falhar no cumprimento das metas é Moçambique. O secretário-geral das Nações Unidas disse que o país não está a ter muitos sucessos, apontando para o facto de mais de metade dos moçambicanos continuarem a viver abaixo da linha da pobreza.

Ban Ki-moon apelou, por isso, a todas as nações africanas para apostar na educação das crianças. Elas são o futuro, lembrou.

"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio devem ser uma das formas de facilitar a comunicação entre as pessoas de todo o mundo. Identificámos algumas formas para que as crianças sejam bem sucedidas com estes objetivos, como por exemplo, a aposta na sua saúde e boa educação. Apelamos para que a agenda de Moçambique seja mesmo de desenvolvimento", disse o secretário-geral da ONU.

Governo também reconhece falhas

Ban Ki-moon está em Moçambique

Os países de todo o mundo prometeram cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015, metas que visam reduzir a pobreza, a fome ou a mortalidade materna e infantil, entre outros.

O Governo moçambicano reconhece que o país poderá não cumprir muitos destes objetivos devido à conjuntura internacional, que o executivo considera ser volátil.

De acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, "o relatório das Nações Unidas e da União Africana e mesmo o nosso relatório indicam que em algumas áreas não vamos conseguir chegar lá. Noutras áreas avançámos e não temos grandes problemas.”

Visita coincide com diálogo político

A deslocação de Ban Ki-moon a Moçambique coincide com o período em que o Governo e o maior partido da oposição, a RENAMO, dialogam para resolver a tensão política que se vive no país. No entanto, Ban Ki-moon não deverá intervir no assunto por iniciativa própria, acredita o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi.

"O secretário-geral das Nações Unidas é um profundo conhecedor das regras das relações internacionais e certamente não tomará iniciativas que não tenham sido previamente acordadas com o Governo", disse Baloi. "Serve isto para dizer que se nós pedirmos ao secretário-geral, ele vai intervir. Por iniciativa própria ele não o fará. Se o vamos pedir ou não, não sei."

Maputo, Hauptstadt von Mosambik
Ki-moon visita Maputo enquanto RENAMO e Governo dialogamFoto: picture-alliance/dpa

Encontro com Guebuza

Esta terça feira (21.05), Ban Ki-moon vai proferir uma palestra subordinada ao tema “adolescentes, educação e a preparação para o futuro”. No mesmo dia, o responsável das Nações Unidas será recebido pelo Presidente da República, Armando Guebuza.

Esta visita a Moçambique é a primeira etapa de um périplo que levará Ban Ki-moon a três países dos Grandes Lagos, onde discutirá o desenvolvimento e a paz.

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