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Ópera para jovens

13 de janeiro de 2011

Tornar a ópera atraente para o público jovem é o desafio dos responsáveis pelo espaço Opernloft, de Hamburgo. Para isso, eles optam por versões mais curtas e adaptadas aos novos tempos de clássicos do gênero.

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Encenação alternativa da ópera '"As bodas de Fígaro"Foto: Silke Heyer

A princípio, o terceiro andar de uma velha fábrica no centro de Hamburgo não parece em nada com uma ópera. O antigo depósito deu lugar a um espaçoso teatro com confortáveis assentos, um bistrô e uma decoração em cores quentes, chamado Opernloft. Aqui óperas são encenadas de maneira não convencional para atrair a atenção de jovens e idosos.

Ópera é algo antiquado, prolixo e incompreensível – é para acabar com esse tipo de preconceito que o trio que coordena o Opernloft trabalha há três anos. Ao lado das dramaturgas Yvone Bernborn e Susann Oberacker, a cantora de ópera Inken Rahardt é responsável pelo bem-sucedido projeto que criou a casa de ópera alternativa.

Com o conceito Operabreve, no qual as produções têm 90 minutos e um figurino moderno, e óperas para crianças com cenários cheios de fantasia, as três artistas da cidade hanseática estabeleceram uma forma única de teatro musical. "Existem muitas pessoas que gostam de ir ao teatro ou a uma casa de ópera, mas uma produção com três horas de duração é muito longa para elas", diz Rahardt. A solução foi optar por encenações mais curtas.

"Apresentamos a obra de uma forma mais contemporânea. Recitativos e coros que não estão diretamente ligados à trama são deixados de fora, e nos concentramos nos pontos altos. Além disso, nossas óperas sempre focam o aqui e o agora, em vez da época original da obra. Contamos uma história pela qual as pessoas de hoje se interessam", ressalta a artista.

Versões atuais

Opernloft Hamburg
Palco do OpernloftFoto: Silke Heyer

Uma orquestra grande e cenários luxuosos não existem no Opernloft. Cantores jovens apresentam as mais famosas obras da ópera de forma curta, atual e compreensiva. Por exemplo, ao adaptar as tramas para a realidade atual: La Traviata, de Verdi, se passa no bairro boêmio de uma grande cidade. Já a protagonista de Carmen vira uma graciosa estudante que tenta seduzir um jovem professor. Além disso, há também a sessão Electr'Opera, onde os jovens cantam e encenam junto com profissionais.

"Hoje as pessoas têm outra dimensão sensorial, com DVD's, playstation, cinema e efeitos especiais", diz Rahardt. Por isso, para tornar uma ópera atraente é necessário dar a ela uma nova roupagem, como por exemplo reunir as principais melodias numa canção pop, argumenta.

Teatro musical para crianças a partir dos 3 anos é uma das principais ocupações de Rahardt e equipe. "Para nós, ópera infantil não é um subproduto da grande ópera, mas um produto de qualidade. Queremos apresentar conteúdo e não apenas oferecer entretenimento", ressalta.

Para as crianças são criadas versões cheias de humor e de figurino divertido, com atenção aos detalhes. Para esse público é expressamente permitido cantar e dançar durante a apresentação, e quando a trama é retomada, um narrador surge para contar a história. Obras como A Flauta Mágica, O Pequeno Anel e Hänsel e Gretel acabam se tornando as encenações preferidas de toda a família.

Duplo desafio

Opernloft Hamburg: Romeo reloaded
'Romeo reloaded', uma montagem para jovensFoto: Silke Heyer

Há quase dez anos o Junges Musiktheater Hamburg apresenta produções de óperas para crianças, jovens e iniciantes. Foi só em 2007 que o teatro pôde se mudar para o centro da cidade – foi então que surgiu o Opernloft.

Desde então, as coordenadoras do teatro enfrentam um duplo desafio. Como "ópera para principiantes", elas oferecem teatro musical para crianças, jovens e adultos. Ao mesmo tempo, servem de trampolim na carreira de jovens cantores. Um conceito que já ganhou bastante reconhecimento e alguns prêmios teatrais.

Para Rahardt, porém, existe uma motivação adicional. "Gostaríamos que a ópera fosse preservada e que as pessoas tenham acesso a ela, porque acreditamos que a ópera pode tornar a vida muito mais bela."

Autora: Gudrun Stegen (df)
Revisão: Alexandre Schossler