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Zeitgeist: A monarquia hereditária mais antiga

Alexandre Schossler8 de agosto de 2016

Imperador do Japão era visto como uma divindade até o fim da Segunda Guerra. Constituição não prevê abdicação, e apenas homens podem ascender ao trono. Conheça a monarquia japonesa na coluna desta semana.

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Imperador Akihito e a imperatriz Michiko
Foto: picture-alliance/AP Photo/Imperial Household Agency

O imperador Akihito do Japão é o 125º representante da mais antiga monarquia hereditária do mundo. As origens do Trono do Crisântemo, como a casa imperial japonesa é conhecida, remontam ao ano 660 a.C., quando ela teria sido fundada pelo mítico imperador Jimmu.

Os registros históricos, porém, começam só no século 4, durante o reinado do imperador Ōjin.

Até a Segunda Guerra Mundial, o imperador era considerado um deus no Japão. Hirohito, o pai de Akihito, renunciou à sua condição divina no fim do conflito, como parte da rendição japonesa.

A nova Constituição do país, imposta pelos Aliados, diz que o imperador é um "símbolo do Estado e da unidade do povo", mas não dispõe de qualquer poder político. A Constituição também não prevê a abdicação. A regra é uma herança da Constituição anterior à Segunda Guerra, que descartava a renúncia por considerar que ela oferece riscos à estabilidade política.

Akihito ascendeu ao trono em 1989, com a morte de Hirohito. No Japão, apenas homens podem se tornar imperadores, sendo que o mais velho é o primeiro na linha de sucessão. Irmãos e filhos destes também integram a linha sucessória.

Akihito, que nasceu em 23 de dezembro de 1933, é o quinto filho de Hirohito e da imperatriz Nagako e o primeiro homem. Ele é o primeiro imperador japonês a se casar com uma plebeia, a imperatriz Michiko. O namoro entre os dois ficou famoso na imprensa japonesa porque eles se conheceram quando jogavam tênis.

Akihito e Michiko têm três filhos, sendo que o mais velho, Naruhito, é o herdeiro do trono. De forma pouco usual, Naruhito não se furta a fazer comentários políticos, alertando que o Japão não deve minimizar suas tendências militaristas do início do século 20 nem sua responsabilidade pela Segunda Guerra Mundial.

Naruhito é o primeiro príncipe a crescer com os pais e irmãos, já que a tradição manda que as crianças da família imperial sejam educadas por preceptores. Também ele se casou com uma plebeia, Masako Owada, oriunda de uma família de diplomatas.

O nascimento da primeira filha do casal, Aiko, em 2001, oito anos depois do casamento, abriu o debate sobre a regra de que apenas homens podem ascender ao trono. O debate arrefeceu, porém, com o nascimento de um primo de Aiko, Hisahito, em 2006.

A coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele recebe no dia a dia.