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UE-Rússia

DW/Agências (ca)10 de novembro de 2008

Apesar da ameaça russa de instalar mísseis em Kaliningrado e de objeções por parte de países-membros do Leste europeu, a União Européia pretende retomar negociações sobre acordo de parceria estratégica com a Rússia.

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Única forma de transpor obstáculos é retomar negociações, concluem ministrosFoto: Montage picture-alliance/DW

Três meses após o início da crise da Geórgia, a União Européia deu sinais de que irá retomar o processo de renovação do Acordo de Parceria e Cooperação, assinado em 1997, com a Rússia. Este foi o resultado do encontro de ministros do Exterior da UE, que aconteceu nesta segunda-feira (10/11), em Bruxelas.

O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, fez campanha entre os ministros do bloco com vistas a um sinal positivo para a cúpula UE-Rússia, que irá acontecer na próxima sexta-feira (14/11), em Nice.

O chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, atual presidente rotativo do Conselho da UE, pretende agora propor a retomada das negociações à Rússia. Desde 1° de setembro último, chefes de Estado e governo da UE decidiram interromper as negociações para o novo acordo de parceria estratégica com Moscou em conseqüência da ocupação russa na Geórgia.

Pontos de interesse

Russland Soldaten rollen mit Panzer nach Georgien
Condição para negociação é retirada de tropas russasFoto: AP

O novo pacto deverá substituir o acordo assinado em 1997, estabelecendo novos parâmetros para as relações entre os dois parceiros. A condição para a retomada das negociações era a de que as tropas russas voltassem às posições que ocupavam até 7 de agosto último. Na última sexta-feira, Sarkozy anunciou que a Rússia teria cumprido tal condição. O anúncio da retomada de negociações é apoiado pela maioria dos países da UE.

Reino Unido e a Suécia, dois grandes críticos da atitude russa no sul do Cáucaso, acabaram dando o seu aval, abrindo assim o caminho para a reabertura das negociações. Em declaração conjunta, seus respectivos ministros do Exterior, David Miliband e Carl Bildt, afirmaram que não vão "fazer de conta que nada aconteceu e também não vamos arquivar o conflito da Geórgia".

Os ministros acresceram, todavia, acreditar "que os pontos tratados pelo novo acordo são tanto do interesse da UE como da Rússia". Principalmente o capítulo da energia interessa aos europeus, grandes importadores de petróleo e gás natural russos.

Via de mão única

Miliband e Bildt contradisseram as declarações de Sarkozy. "A Rússia ainda não se retirou às posições que ocupava antes de 7 de agosto, como exigido pela UE". Ainda assim, concordaram sobre a importância de retomar as negociações.

Alexander Stubb, ministro do Exterior da Finlândia, afirmou que "a decisão é muito clara: queremos polarizar nossa relação com a Rússia ou queremos uma política russa clara da UE? Sou pela última opção, ainda que a primeira talvez correspondesse mais aos interesses nacionais do meu país".

A Alemanha também apoiou a decisão de a União Européia se reaproximar da Rússia. Segundo Günter Gloser, vice-ministro para questões européias na pasta do Exterior, as relações entre a UE e a Rússia seriam "às vezes difíceis", embora exista "somente um caminho para falar de forma concreta sobre tais dificuldades: retomar as negociações com o país", afirmou.

Somália e Congo

O Conselho de Ministros da Defesa da UE também se reuniu nesta segunda-feira, em Bruxelas. Os ministros europeus decidiram combater a pirataria na costa da Somália através do envio de soldados e navios de guerra. A Alemanha deverá participar desta ação conjunta da Marinha com uma fragata, declarou o ministro alemão da Defesa, Franz-Josef Jung.

Outro ponto discutido pelo Conselho foi a situação na República Democrática do Congo, onde conflitos entre tropas do governo e rebeldes já provocaram a fuga de cerca de 250 mil pessoas. As discussões dos ministros deixaram claro que não deverá ocorrer uma intervenção da UE em breve.