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UE dá a Ucrânia e Moldávia status de candidatas ao bloco

23 de junho de 2022

Líderes da União Europeia aprovaram elevar a Ucrânia e a Moldávia ao patamar de países candidatos. Adesão ao bloco ainda depende da aprovação de reformas e processos de avaliação, e provavelmente levará anos.

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Ursula von der Leyen e Emmanuel Macron entrando em salão da UE
Decisão inicia um longo processo de reformas e avaliações, que pode levar anosFoto: Geert Vanden Wijngaert/AP photo/picture alliance

Os líderes da União Europeia (UE) decidiram por unanimidade nesta quinta-feira (23/06) tornar a Ucrânia e a Moldávia candidatas oficiais para a adesão ao bloco.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fez o anúncio após debates entre os líderes dos 27 países-membros da UE.

Zelenski comemora decisão

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, saudou a decisão, chamando-a de "um momento único e histórico" na relação com o bloco. "O futuro da Ucrânia está na UE", ele tuitou.

A presidente moldava, Maia Sandu, tuitou que a decisão foi um "forte sinal de apoio à Moldávia e a nossos cidadãos".

Os 27 países da UE estão em grande medida unidos no apoio à Ucrânia desde a invasão russa, em 24 de fevereiro, e adotaram sanções econômicas sem precedentes contra Moscou. Apenas quatro dias depois que a Rússia iniciou a guerra, a Ucrânia candidatou-se para entrar na UE. 

Os países-membros estavam inicialmente divididos quanto à rapidez com que o bloco deveria aceitar a Ucrânia como membro, com Holanda, Suécia e Dinamarca entre os mais céticos. 

Mas o pedido da Ucrânia recebeu um impulso na semana passada, quando a Comissão Europeia deu seu aval, com base nas respostas de Kiev a um questionário.

O que os líderes da UE disseram

O chanceler federal alemão, Olaf Scholz, tuitou suas felicitações aos dois países. 

"O Conselho Europeu dá as boas-vindas a dois novos países candidatos à adesão à UE", escreveu Scholz. "Pela boa cooperação na família europeia!"

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, disse à DW que a União Europeia teve uma janela de oportunidade para convencer a Ucrânia e a Moldávia a implementarem as reformas necessárias para a adesão ao bloco.

"Se você perde esta janela de oportunidade por não dar esperança, a Ucrânia e a Moldávia não fazem as reformas de que também precisamos. Livrar-se da corrupção, sendo também um país onde vigora o Estado de direito", disse ela.

"Hoje a UE está enviando uma mensagem de solidariedade ao povo da Ucrânia de que vocês pertencem à família europeia, de que vocês pertencem à UE... E vocês terão o status de candidato", disse o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, ao chegar à cúpula.

No início da quinta-feira, o Parlamento Europeu votou a favor de conceder à Ucrânia e à Moldávia o status de candidatas à UE.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse que a votação foi "inequívoca". 

"Isso mostrará liderança, determinação e visão no contexto da guerra da Rússia contra a Ucrânia", tuitou.

Macedônia do Norte e Albânia seguem no limbo

Os líderes da UE incluíram nos debates desta quinta-feira uma recomendação da Comissão Europeia para conceder à Moldávia, um país que faz fronteira com a Ucrânia, o status de candidata.

Contudo, os líderes não conseguiram superar um impasse sobre pedidos da Macedônia do Norte e da Albânia para a adesão ao bloco, que estão paralisados.

Os dois países receberam o status de candidatos em 2005 e 2014, respectivamente. O primeiro-ministro da Macedônia do Norte, Dimitar Kovacevski, reagiu à falta de progresso. "O que aconteceu é um sério golpe na credibilidade [da] União Europeia", disse ele em uma entrevista coletiva após a cúpula.

"Por quase 20 anos, os países e os cidadãos dos Bálcãs Ocidentais esperam a oportunidade de se tornarem membros da União Europeia", havia dito Scholz antes da cúpula em Bruxelas. O chanceler federal alemão mencionou que a Macedônia do Norte havia inclusive mudado o seu nome para reforçar sua aspiração de aderir à União Europeia.

bl (AP, AFP, dpa)