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Trump promete decisão rápida sobre ataque na Síria

9 de abril de 2018

Presidente dos EUA classifica de "ato bárbaro" suposto ataque contra civis e diz que possível resposta será anunciada em até 48 horas. Secretário de Defesa americano diz que opção militar não está descartada.

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Donald Trump
Donald Trump também disse que os EUA vão investigar se aliados do regime Assad atuaram no ataqueFoto: Reuters/L. Millis

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a condenar nesta segunda-feira (09/04) um ataque com armas químicas denunciado por ONGs na Síria e disse que tomará uma decisão sobre o que fazer nas próximas horas.

"Estamos estudando a situação muito minuciosamente, conversando com líderes militares, e tomaremos decisões muito importantes nas próximas 24 a 48 horas", afirmou Trump à imprensa na Casa Branca. "Isso é uma questão humanitária. Não se pode permitir que aconteça."

Trump também prometeu descobrir quem é o responsável pela ação, que teria ocorrido no último sábado e provocado a morte de ao menos 40 pessoas.

"Se é a Rússia, se é a Síria, se é o Irã, se são todos eles juntos, vamos descobrir", afirmou, citando os aliados do regime do presidente Bashar al-Assad, que apoiam as campanhas militares do ditador sírio contra os rebeldes do país. Trump também classificou o ataque de "ato bárbaro" e "atroz”.

Ainda não está claro que tipo de resposta Trump está planejando. Em abril do ano passado, em outro episódio envolvendo acusações de uso de armas químicas pelo regime sírio, que teria provocado 80 mortes na cidade de Khan Sheikhoun, o presidente ordenou ataques aéreos contra uma base militar das tropas de Assad que ficava na região onde ocorreu o ataque.

No domingo, Trump já havia usado palavras duras para se referir ao ataque, que segundo a organização não governamental Capacetes Brancos, ocorreu em Duma, a maior cidade de Ghouta Oriental, que foi um dos últimos bastiões rebeldes nos arredores da capital, Damasco.

Segundo a ONG, a maioria dos mortos é composta por mulheres e crianças, que morreram por asfixia. "Numerosos mortos, entre os quais mulheres e crianças, num estúpido ataque QUÍMICO na Síria", escreveu Trump no domingo em sua conta no Twitter. O presidente também chamou Assad de "animal" e responsabilizou seus aliados.

"A área das atrocidades está confinada e cercada pelo Exército sírio, tornando-a completamente inacessível ao resto do mundo. O presidente Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis pelo seu apoio a Animal Assad. É preciso pagar um preço alto", disse.

Repercussão internacional

Também nesta segunda-feira, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, afirmou que "não descarta" ações militares contra a Síria após o episódio das armas químicas. "Não descarto nada atualmente", disse Mattis ao ser questionado sobre uma possível resposta militar ao regime de Assad.

"Temos que olhar primeiro por que há armas químicas quando foi a Rússia que aprovou a retirada de todas elas", acrescentou o chefe do Pentágono, citando o acordo de 2013 mediado pela Rússia que resultou na entrega de toneladas de armas químicas pelo regime sírio. À época, a renúncia de Damasco ao seu arsenal químico demoveu os EUA de agirem contra o regime.

O governo do Reino Unido também informou que o assunto foi discutido em um telefonema entre o secretário interino de Estado dos EUA, John Sullivan, e o ministro britânico do Exterior, Boris Johnson. Um porta-voz disse que os dois "concordaram, baseados nas informações da mídia e de pessoas no local, que o ataque de sábado tem as características de outros ataques químicos do regime de Assad".

Já o governo russo afirmou nesta segunda-feira que é "irresponsável" chegar a qualquer conclusão sobre a autoria do ataque antes que uma investigação seja realizada. Segundo o Kremlin, o presidente Vladimir Putin discutiu o assunto com a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e pediu cautela em uma eventual resposta ao episódio. 

A Rússia também advertiu para "graves consequências" em caso de ataques aéreos ocidentais na Síria. "Pedimos aos ocidentais que desistam da retórica de guerra", disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, no início da reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar o ataque em Douma. 

Já a representante dos EUA na ONU também disse nesta segunda-feira que o país vai responder ao suposto ataque químico, com ou sem o apoio do Conselho de Segurança da Nações Unidas.

"A História registrará este como o momento no qual o Conselho de Segurança cumpriu seu dever ou mostrou seu fracasso total e completo em proteger os sírios. De qualquer forma, os EUA responderão", afirmou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.

JPS/afp/efe/ap/rtr

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