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Tribunal russo nega recurso de estrela do basquete dos EUA

26 de outubro de 2022

Brittney Griner pediu redução da pena após ser condenada a nove anos de prisão na Rússia por portar óleo de cânabis medicinal para vaporizador. Corte rejeita recurso, e sentença é mantida. EUA chamam processo de "falso".

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USA I Joe Biden will sich mit den Familienangehörigen von Griner und Paul Whelan, treffen
Foto: Alexander Zemlianichenko/AP/picture alliance

Um tribunal da Rússia rejeitou nesta terça-feira (25/10) um recurso da estrela do basquete americano Brittney Griner para que sua sentença de nove anos de prisão fosse reduzida.

A corte de Krasnogorsk, perto de Moscou, decidiu manter "sem mudanças" o veredicto anunciado em agosto, quando ela foi condenada por posse e contrabando de drogas. A sentença veio num momento de fortes tensões entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia.

O governo do presidente americano, Joe Biden, rechaçou a decisão desta terça-feira como "mais um processo judicial falso" que manterá Griner "detida injustamente em circunstâncias intoleráveis", e prometeu continuar pressionando pela libertação da atleta.

"O presidente demonstrou que está disposto a ir a extremos e tomar decisões difíceis para trazer americanos para casa", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, em comunicado.

Griner, tricampeã da liga feminina da NBA e duas vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas, pediu por videoconferência nesta terça-feira, a partir do centro de detenção em que está presa nos arredores da capital russa, para que sua sentença "traumática" fosse reduzida.

"Eu realmente espero que o tribunal ajuste essa sentença, porque tem sido muito, muito estressante e muito traumático", disse a atleta de 32 anos, falando devagar para que suas palavras pudessem ser traduzidas para o russo.

Cânabis medicinal

Griner foi condenada em agosto a nove anos de prisão – uma sentença muito próxima da pena máxima de dez anos. Ela havia sido detida no aeroporto de Moscou em fevereiro, dias antes da invasão russa da Ucrânia, por portar em sua mala cartuchos com óleo de cânabis para serem usados em vaporizador.

Em julho, Griner confessou ser culpada pela posse dos cartuchos, mas disse que não tinha a intenção de infringir a lei russa. Ela afirmou ainda que era regularmente examinada por ligas dos EUA, da Rússia e da Europa e que havia recebido uma prescrição de um médico americano para usar cânabis medicinal para alívio da dor de suas múltiplas contusões. O uso de maconha medicinal não é permitido na Rússia.

Griner estava indo à Rússia para jogar basquete no time UMMC Ekaterinburg, fora da temporada da NBA, uma prática comum para estrelas americanas do esporte que desejam ganhar recursos extras.

Brittney Griner em videoconferência
Brittney Griner participou da audiência por videoconferênciaFoto: Vyacheslav Prokofyev/dpa/picture alliance

Nesta terça, ela pediu clemência ao tribunal, afirmando que a quantidade de cânabis encontrada era "apenas pouco acima da quantidade significativa".

"Não entendo a primeira decisão do tribunal de dar um ano a menos do que a [pena] máxima, quando estou aqui há quase oito meses e pessoas com crimes mais graves receberam menos do que eu", disse ela. "Então eu apenas imploro que o tribunal [...] reavalie minha sentença."

"Um dos réus mais severamente punidos na Rússia"

Os advogados de Griner disseram estar decepcionados com a decisão e que ela vai contra a prática legal padrão.

"Outros réus em casos criminais semelhantes recebem punição em forma de pena suspensa ou prisão não superior a seis anos", afirmaram Maria Blagovolina e Alexander Boykov em comunicado. "Assim, Brittney Griner continua sendo um dos réus mais severamente punidos na Rússia."

Os advogados disseram que a atleta está bem fisicamente e que falou com sua família na semana passada em seu aniversário. Mas acrescentaram que a decisão desta terça-feira foi algo difícil para Griner. "Ela tinha algumas esperanças e essas esperanças desapareceram hoje", disse Blagovolina a jornalistas do lado de fora do tribunal.

Os advogados esperam conversar com Griner ainda nesta semana para saber se ela quer continuar recorrendo do veredicto em tribunais superiores.

Em agosto, o governo em Moscou disse que estava pronto para discutir uma possível troca de prisioneiros por Griner, mas não houve nenhum progresso aparente desde então.

ek (AFP, DPA, ots)