Tem hetero na festa homo!
7 de julho de 2002Colônia ultrapassou sua fama de capital alemã dos homossexuais. Em 2002, apresenta-se como a sede do Europride, o festival gay promovido anualmente numa cidade diferente da Europa. Mais de 200 eventos – palestras sobre direitos e saúde, debates com políticos, apresentações culturais etc – agitaram a cidade às margens do Rio Reno durante três semanas.
Neste domingo, a parada em homenagem ao Christoph Street Day encerrou a festa, enchendo de cores e música o centro de Colônia. Acompanhados por quase 150 carros alegóricos e de som, mais de 50 mil gays e lésbicas percorreram os vários quilômetros do trajeto com muita alegria. Segundo os organizadores, a participação desta vez superou a de desfiles semelhantes em Nova York e Sydney.
Cerca de um milhão de pessoas foram às ruas assistir à passagem dos grupos, numa festa mais animada do que o tradicional Carnaval renano, que coincide com o inverno europeu. Neste domingo de verão, o tempo permaneceu seco em Colônia, com 22 graus à tarde.
Desta vez, os homossexuais não estiveram sozinhos em sua manifestação pela igualdade de direitos e contra a discriminação social. Em fato inédito, a Christoph Street Day Parade de Colônia contou com a presença de um carro de som com heterossexuais, que quiseram manifestar sua solidariedade à causa gay.
Na véspera do desfile, os homossexuais comemoraram o apoio de Claudia Roth, presidente do Partido Verde, à luta pelo direito de adoção de crianças por casais gays. Seu partido integra, ao lado dos social-democratas, o governo federal, responsável pela iniciativa e aprovação da lei que instituiu a união civil entre pessoas do mesmo sexo na Alemanha.
Independente do Europride, Colônia promove todos os anos, no primeiro domingo de julho, sua Christoph Street Day Parade, a exemplo de muitas outras cidades em todo o mundo. O desfile visa manter vivas as bandeiras da histórica manifestação gay de 27 de junho de 1967 em Nova York. Naquele dia, os homossexuais ocuparam a rua Christoph Street para protestar contra a discriminação e a violenta repressão policial.