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Tailândia retira primeiros meninos de caverna

8 de julho de 2018

Operação corre contra o tempo para salvar grupo antes que túneis sejam novamente alagados por chuvas monçônicas. Quatro meninos já foram retirados.

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Água continua a ser bombeada para fora das cavernas
Água continua a ser bombeada para fora das cavernasFoto: picture alliance/dpa/Uncredited/Royal Thai Navy

Começou neste domingo (08/07) o resgate dos 12 meninos e seu treinador de futebol que estão presos há mais de duas semanas numa caverna alagada no norte da Tailândia. Quatro já conseguiram ser retirados em segurança, segundo o Ministério da Defesa, e foram levados para um hospital próximo.

A operação é uma ocorrida contra o tempo: os socorristas contam com uma janela de apenas três dias antes que a região volte a ser atingida por chuvas torrenciais. O risco é de que, diante de novo alagamento, as crianças fiquem isoladas até janeiro.

Ao todo, 18 mergulhadores foram enviados à câmara onde o grupo, há duas semanas, buscou refúgio quando surpreendido pela enchente. São 13 especialistas estrangeiros e cinco membros das forças de elite da Tailândia – as "superestrelas", segundo as autoridades.

"É o Dia D. Estamos de olho na meteorologia, e uma tempestade está chegando. Quando ela chegar, nossa preparação estará menor, e teremos que bombear água novamente para fora", afirmou Narongsak Osatanakorn, governador da província de Chiang Rai.

Desde que os meninos foram descobertos, há uma semana, especialistas tentam drenar a água de dentro da caverna. O nível da água agora está tão baixo que as crianças poderão andar por boa parte do trajeto, segundo as autoridades.

Mergulhadores profissionais levam cerca de 11 horas para ir e voltar do ponto onde o grupo está preso, sendo pelo menos três debaixo d'água, num caminho estreito e com baixa visibilidade que impõe dificuldades até mesmo aos mais experientes.

São mais de 2 km da entrada da caverna até os garotos, e em alguns pontos a passagem tem menos de um metro de diâmetro. A morte de um mergulhador profissional na sexta-feira passada ilustra as dificuldades do trajeto.

Há ainda poucas informações sobre o plano de resgate, mas sabe-se que os mergulhadores vão tirar as crianças uma a uma. Isso deve estender a operação por dias.

Dois fatores determinaram o início da operação. O primeiro foi a qualidade do oxigênio na câmara onde os meninos buscaram refúgio. No momento, ela está em 15%, ou abaixo do nível mínimo de 21% considerado saudável.

"Se baixar para menos de 12%, começará a afetar o cérebro das pessoas lá dentro", disse o governador. "Elas podem entrar em choque."

Outro perigo é a cada vez maior concentração de dióxido de carbono dentro da caverna, exalado pelas centenas de socorristas que já estiveram lá dentro.

O segundo fator decisivo para o resgate foi o nível da água na caverna. Neste sábado, pela primeira vez, as autoridades admitiram que a câmara onde os meninos estão abrigados pode não ser imune a inundações.

"A situação perfeita seria sem água alguma, zero, mas isso é impossível de acontecer até dezembro ou janeiro", disse.

Além do mergulho, outras hipóteses consideradas seriam a de perfurar uma passagem pela parte superior da caverna, retirando os meninos com ajuda de helicópteros, ou aguardar até que as águas retrocedam ao final da estação de chuvas na região, o que pode levar meses.

Surpreendidos por chuvas monçônicas, os meninos, com idade entre 11 e 16 anos, ficaram presos na caverna no último dia 23 de junho, durante uma excursão ao local guiada por seu técnico de futebol, de 25 anos. Eles foram encontrados na última segunda-feira após dias de intensas buscas das quais participaram mais de 1.300 pessoas.

RPR/ots

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