Suspeitos por morte de candidato no Equador são colombianos
10 de agosto de 2023Um suspeito morto e seis outras pessoas presas em conexão com o assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio são colombianos, informou a polícia equatoriana na quinta-feira (10/08), enquanto o governo disse que seguia tentando identificar os "autores intelectuais" do crime.
O atentado ocorrido na noite de quarta-feira, a menos de duas semanas da eleição, causou um choque no país sul-americano, que levou alguns candidatos a suspenderem a campanha e trazerem a questão da violência crescente para o primeiro plano.
Villavicencio, um crítico veemente da corrupção e do crime organizado, foi morto ao sair de um evento de campanha em uma instituição de ensino no norte de Quito.
Um dos supostos autores morreu após ser ferido na troca de tiros que os atiradores tiveram com os seguranças que protegiam o candidato, informou o gabinete do procurador-geral na quarta-feira. Nove pessoas, incluindo um candidato ao Legislativo e dois policiais, ficaram feridas.
O suspeito morto havia sido preso em julho sob acusação de porte de armas, informou o governo na quinta-feira, acrescentando que os seis homens detidos pertenceriam ao crime organizado. A assessoria de imprensa da polícia confirmou suas nacionalidades no final da tarde de quinta-feira.
"A polícia nacional tem no momento as primeiras prisões dos supostos autores materiais desse evento abominável e empregará toda a sua capacidade operacional e investigativa para descobrir o motivo desse crime e seus autores intelectuais", disse o ministro do Interior, Juan Zapata.
O presidente Guillermo Lasso disse que o crime foi claramente uma tentativa de sabotar a eleição, mas que a votação prosseguiria conforme planejado em 20 de agosto, embora em meio a um estado de exceção.
A violência no Equador vem aumentando nos últimos anos, especialmente em cidades ao longo das rotas do tráfico de drogas, como Guayaquil e Esmeraldas.
O suposto envolvimento de cidadãos colombianos no crime remete ao assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moise, em 2021, morto em sua casa por um grupo que incluía 26 colombianos e dois haitianos-americanos.
FBI participa das investigações
Lasso, que declarou três dias de luto, disse na quinta-feira que pediu ajuda à polícia federal dos EUA (FBI) para a investigação e que uma delegação de policiais americanos já estava a caminho do país.
O governo dos EUA havia oferecido ao Executivo equatoriano "assistência investigativa urgente" por meio de seu embaixador em Quito, Michael J. Fitzpatrick.
A participação do FBI na investigação do assassinato se insere na estreita relação que EUA e Equador construíram nos últimos dois anos, especialmente desde que Lasso chegou ao poder, com cooperação em diversos assuntos, inclusive segurança.
bl (Reuters, Efe)