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Madeleine: Suspeito pode ter ligação com crime semelhante

5 de junho de 2020

Promotoria de Stendal investiga se Christian B. pode ter raptado menina alemã de cinco anos que desapareceu em 2015. Na época, ele tinha imóvel na região do sumiço. O chamado "caso Inga" permanece sem solução.

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Polícia vasculha floresta onde Inga desapareceu em 2015
Polícia vasculhou floresta onde Inga desapareceu em 2015, mas não encontrou rastros da meninaFoto: picture-alliance/dpa/L. Schulze

O alemão suspeito pelo desaparecimento de Madeleine McCann – que sumiu aos três anos de idade no Algarve, em Portugal, em 2007 – pode estar envolvido num crime semelhante na Alemanha, afirmou nesta sexta-feira (05/06) a Promotoria de Stendal, que anunciou a reabertura do inquérito sobre o caso de Inga.

A menina de cinco anos desapareceu durante um passeio com sua família numa floresta perto de Stendal, a oeste de Berlim, em 1º de maio de 2015. Na época, uma grande operação de busca foi realizada no bosque de 3,5 hectares, mas nenhum rastro de Inga foi encontrado. Até hoje, o caso permanece sem solução.

Segundo o jornal alemão Magdeburger Volksstimme, na época do sumiço de Inga, o suspeito no caso Madeleine, Christian B., era proprietário de um imóvel em Neuwegersleben, uma localidade a cerca de 90 quilômetros a sudoeste de Stendal. Em fevereiro de 2016, a polícia chegou a encontrar no local um pen drive com pornografia infantil, mas o acessório não forneceu nenhuma pista útil no caso.

Christian B. também teria se envolvido num acidente de carro num estacionamento na região um dia antes do desaparecimento de Inga.

Atualmente, o suspeito está preso na cidade de Kiel, na Alemanha. Ele cumpre pena pelo estupro de uma idosa de 72 anos, ocorrido em 2005 na Praia da Luz, em Portugal, onde Madeleine McCann viria a desaparecer dois anos mais tarde. Ele foi condenado pelo crime em dezembro do ano passado e está recorrendo da decisão.

Christian B. coleciona ainda uma série de registros criminais, como tráfico de drogas, roubo e infração na posse de arma. Ele foi ainda condenado várias vezes por abuso sexual. Em 1994, quando tinha 17 anos, ele cumpriu pena pelo abuso de uma criança, e em 2016 foi condenado novamente pelo mesmo crime e por posse de pornografia infantil.

De acordo com uma reportagem publicada nesta sexta-feira pela revista alemã Der Spiegel, Christian B. teria dito a outra pessoa que sentia desejo de sequestrar e violentar uma criança. A publicação aponta que, em setembro de 2013, ele escreveu a um conhecido, por um serviço de mensagens, que sentia o desejo de "caçar algum pequeno e utilizá-lo durante dias".

O interlocutor respondeu, segundo a conversa veiculada pela revista, que se tratava de algo perigoso. O suspeito de matar Madeleine, no entanto, se mostrou despreocupado e disse que não seria, desde que as provas fossem eliminadas.

Um possível envolvimento do alemão no caso Madeleine foi revelado na quarta-feira pelo Departamento Federal de Investigações (BKA) da Alemanha, durante um programa de televisão. Um porta-voz do departamento pediu a ajuda da população para solucionar algumas lacunas sobre o crime. Registros telefônicos mostram que o suspeito estava na Praia da Luz próximo ao horário e local do crime.

Christian B. teria vivido regularmente no Algarve entre 1995 e 2007, entre outros, numa casa que fica entre Lagos e Praia da Luz. Outras evidências sugerem que ele cometeu vários crimes para conseguir dinheiro, incluindo roubo em cadeias de hotéis e casas de férias e tráfico de drogas.

A Promotoria de Braunschweig, na Alemanha, que investiga o caso de Madeleine acredita que a menina esteja morta.

Madeleine McCann, conhecida como Maddie, desapareceu em 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia ao lado dos dois irmãos gêmeos, mais novos, num apartamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, enquanto os pais jantavam com amigos num restaurante nas proximidades.

O caso gerou comoção mundial e chegou a envolver altas autoridades de Portugal e do Reino Unido. Os pais da menina, Kate e Gerry McCann, sempre afirmaram que a filha foi raptada. Eles chegaram a ser suspeitos pelo desaparecimento.

CN/dpa/ots/lusa/efe

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