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Senado italiano aprova novo governo populista

5 de junho de 2018

Giuseppe Conte obtém voto de confiança de senadores e avança no processo parlamentar para dar início a governo. Em discurso, premiê promete luta contra corrupção, privilégios e migração ilegal.

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Conte apresenta proposta do governo ao Senado
Conte apresentou proposta do governo ao Senado antes de votaçãoFoto: Reuters/A. Bianchi

O novo primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte obteve nesta terça-feira (05/06) o voto de confiança no Senado e avançou no processo para iniciar o primeiro governo populista, formado pelo eurocético Movimento Cinco Estrelas (M5S) e pela ultradireitista Liga (ex-Liga Norte), da Europa Ocidental. 

A coligação obteve 171 votos a favor, 116 contra e 25 abstenções, muito além do número mínimo de votos necessário para a aprovação no Senado.

Conte, um jurista e professor universitário de 53 anos que não fazia parte do Parlamento italiano, e seus 18 ministros juraram seus cargos na sexta-feira passada perante o presidente da República, Sergio Mattarella, e agora devem superar este processo parlamentar para tomar posse e começar a trabalhar nas medidas que prometeram e incluíram em seu programa político.

O primeiro-ministro se apresentará na quarta-feira perante os parlamentares da Câmara dos Deputados para pedir sua confiança, algo que se dá como certo, já que o M5S e a Liga contam com maioria absoluta.

Antes da votação no Senado, Conte discursou aos parlamentares e apresentou seu governo como "um novo sistema contra os privilégios no país", dizendo representar "uma mudança radical".

Propostas governamentais

No discurso, o premiê enumerou os pontos do programa de governo assinado entre a Liga e o M5S, entre os quais se destacam uma renda mínima de cidadania para os desempregados, luta contra a corrupção e fim da migração ilegal.

Na política internacional, reiterou que, embora seja membro da Otan e os Estados Unidos sejam um "parceiro privilegiado", a Itália promoverá "uma abertura à Rússia" e "revisará o sistema de sanções, sobretudo as que afetam a sociedade civil".

Conte garantiu ainda a introdução de alíquotas tributárias fixas, já que "a pressão fiscal, unida ao excesso de burocracia, incidem negativamente na relação com os contribuintes e sobre a competitividade do país", e afirmou que ajudará a evitar a "evasão fiscal".

Ele explicou que serão reforçadas as agências de emprego, que ajudará os aposentados para que tenham uma pensão digna, e se comprometeu a eliminar as listas de espera no sistema de saúde.

Um dos temas em que mais se aprofundou, em seu discurso de uma hora e 11 minutos, foi a luta contra a corrupção, com interdições para os corruptos a introdução de policiais infiltrados na investigação de casos. Ele prometeu que seu Executivo lutará com "todos os meios contra as máfias".

A Itália estava sem governo desde as eleições de 4 de março, que não conseguiram produzir um vencedor claro. A Liga e os populistas eurocéticos do M5S, apesar de defenderem ideais opostos em diversas questões, formaram uma coalizão depois da fracassada negociação entre o M5S e o progressista Partido Democrata (PD).

CN/efe/lusa/afp

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