Seleções de peso têm treinadores contestados
6 de novembro de 2005O técnico alemão Jürgen Klinsmann não é o único comandante de seleção considerada importante na Europa que está na alça de mira dos críticos. Ele tem a companhia dos colegas da Espanha, Inglaterra e França, que estão trabalhando sob pressão nestes últimos meses que antecedem a Copa do Mundo.
Klinsmann chegou ao atual cargo como herói da seleção campeã da Copa do Mundo de 1990 e como a grande esperança para resgatar o prestígio do futebol alemão após a desastrosa campanha da Eurocopa 2004, sob o comando de Rudi Völler. No entanto, o "menino de ouro de 90" teve seus métodos extremamente questionados após apresentações consideradas insatisfatórias, por exemplo contra a Eslováquia, a China e a Turquia.
A chuva de críticas também atinge outros países europeus. O técnico da seleção inglesa, Sven Göran Eriksson que o diga. Apesar de ter conseguido classificar a equipe para o mundial, ele passou por fases de instabilidade durante toda a campanha. O momento considerado como de profunda crise foi vivido pelo técnico após a Inglaterra cair diante da Irlanda do Norte em Belfast, por 1 a 0.
"Muitos acreditam que eu deveria pedir demissão amanhã, mas nós seremos campeões do nosso grupo. Temos uma excelente equipe, a melhor desde que eu vim para este país (Inglaterra). Eu seria um péssimo técnico, um profissional terrível, se eu pedisse demissão amanhã.", dizia o sueco na ocasião. A Inglaterra terminou em 1º lugar do Grupo 6, que contava ainda com Polônia, Áustria, Irlanda do Norte, País de Gales e Azerbaidjão.
O caso francês
Outro técnico que já garantiu a vaga no mundial, mas também balançou bastante nas eliminatórias, foi o francês Raymond Domenech. A revista France Football dava um veredicto um tanto implacável, apesar da campanha da seleção não ser tão ruim. "Mesmo se a França se classificar para a Copa do Mundo, ainda pairam grandes dúvidas sobre o seu lugar na seleção e sua forma de gerenciar o time", publicou a revista, disparando contra Domenech.
Apesar disso, o treinador pôde encontrar algum conforto antes mesmo da partida final contra Chipre, quando a França goleou por 4 a 1. Em uma pesquisa de opinião feita pelo Le Journal, 79% dos entrevistados acreditavam que ele deveria permanecer no cargo. A França também terminou em 1º lugar do Grupo 4 das eliminatórias européias, após disputar com a Suíça, Israel, Irlanda, Chipre e Ilhas Faroe.
Mas a pior situação no momento entre o grupo de treinadores das mais expressivas seleções européias é a do espanhol Luis Aragones. Ele, que esteve no ano passado constantemente sob pesadas críticas por ter sido autor de comentários considerados racistas contra o francês Thierry Henry, agora tem o seu trabalho contestadíssimo pela penosa campanha da seleção espanhola nas eliminatórias.
Os próximos dias são de extrema tensão e trabalho para Aragones, que precisa bater a Eslováquia em dois jogos pela repescagem, no próximo sábado (12/11) e no dia 16 de novembro. A Espanha foi a 2ª colocada do grupo 7, atrás de Sérvia e Montenegro.