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Secretaria investiga ligação entre chacina e policiais em SP

14 de agosto de 2015

Ao menos seis homens executam 18 pessoas e ferem outras seis na Grande São Paulo. Secretário de Segurança Pública e prefeito de Osasco apontam possibilidade de retaliação por mortes de um PM e de um guarda civil.

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Mindestens 20 Menschen sterben bei Angriffsserie in Sao Paulo
Foto: picture alliance/landov/D. de la Paz

Após a maior chacina ocorrida neste ano em São Paulo, na noite desta quinta-feira (13/08), o secretário de Segurança Pública do estado, Alexandre de Moraes, disse não descartar a hipótese de retaliação pelas mortes de um policial militar e de um guarda civil metropolitano.

As execuções desta quinta-feira ocorreram em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, e resultaram em 18 mortos e seis feridos. Os crimes ocorreram entre as 21h e 23h, num raio de 7 quilômetros. Pelo menos seis pessoas e três veículos participaram da chacina.

Na última sexta-feira, um policial militar havia sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), num posto de gasolina em Osasco. Nesta quarta-feira, um guarda civil foi assassinado na cidade. O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, também apontou a possibilidade de as 18 execuções estarem relacionadas às mortes dos dois policiais.

Das vítimas da chacina identificadas, seis tinham antecedentes criminais, uma delas por tráfico de drogas. Foram recolhidas cápsulas de projéteis de pistolas calibres 38 e 380, usadas por guardas civis metropolitanos, e 9 milímetros, de uso exclusivo das Forças Armadas. Os projéteis serão enviados ao Instituto de Criminalística.

Ao menos dez das vítimas foram mortas a tiros num bar, após homens encapuzados descerem de um carro e abrirem fogo. Perto dali, um jovem teria sido morto diante de uma sorveteria, e outro homem foi morto na área por dois homens numa moto. As demais execuções ocorreram em cinco outros locais. Testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais, e os que disseram tê-los foram mortos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo formou uma força-tarefa para investigar os crimes, com 50 policiais civis, 12 peritos e oito médicos-legistas. A Procuradoria-Geral de Justiça designou três promotores para acompanhar a investigação policial sobre a chacina.

A investigação contará também com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial.

Em entrevista, Moraes afirmou que o policiamento na região de Osasco, onde ocorreram 15 das 18 execuções, é suficiente e que a cidade registra taxas criminais baixas.

Moraes destacou que as chacinas em Barueri e Osasco podem ter ligação. "Não foram as mesmas pessoas, os mesmos executores, mas não podemos descartar a possibilidade de um único grupo repartindo os executores."

Em dois dos oito ataques, os criminosos não estavam encapuzados mas, conforme o secretário, as testemunhas ouvidas até o momento disseram não ter condições de fazer um retrato deles.

Neste ano, houve seis chacinas na capital paulista, das quais três foram esclarecidas, disse Moraes.

LPF/abr/ap/ots