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Scholz e Macron não se comprometem com tanques para Ucrânia

22 de janeiro de 2023

Chanceler federal alemão e presidente francês reuniram-se em Paris. Berlim está sob pressão de outros governos para enviar seus tanques de batalha Leopard 2 a Kiev.

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Três tanques Leopard 2 em terreno enlameado.
Três tanques Leopard 2 durante treinamento na AlemanhaFoto: Philipp Schulze/dpa/picture-alliance

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da França, Emmanuel Macron, reuniram-se neste domingo (22/01) em Paris e mostraram uma visão convergente sobre seu apoio à Ucrânia, mas evitaram se comprometer a enviar tanques de batalha mais poderosos para Kiev.

Os dois líderes participaram da cúpula periódica franco-alemã, em Paris, uma prática estabelecida em 1963 pelo Tratado do Eliseu.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, vem pressionando pelo envio de mais tanques para apoiar a resistência contra a invasão russa, especialmente o alemão Leopard 2 – um tanque de batalha principal (em inglês MBT), com armamento e blindagem pesadas.

Em Paris, Scholz foi hermético quanto a essa possibilidade. "Fornecemos à Ucrânia tanques do tipo Marder e Gepard, além de sistemas de defesa antiaérea e baterias Patriot", declarou, reiterando que qualquer decisão sobre futuros envios deve ser baseada na coordenação entre seus aliados "bem como em critérios como necessidades e disponibilidade".

Os Marder são veículos de combate de infantaria (IFV, em inglês), utilizados para transporte de soldados e para fogo de apoio, e o Gepard é um blindado de combate antiaéreo.

Scholz e Macron se cumprimentando e acenando
Scholz e Macron reuniram-se em Paris neste domingoFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Macron também foi questionado sobre o envio de tanques de combate de fabricação francesa, o Leclerc, e disse que essa opção não está excluída, mas a sujeitou a três condições: que isso não signifique uma escalada do conflito, que haja soldados ucranianos prontos para usá-los e que isso não afete as capacidades da defesa francesa. "Pedi ao ministro da Defesa para trabalhar sobre o assunto", afirmou.

O presidente francês indicou que o trabalho de coordenação para decidir o que fazer sobre os pedidos ucranianos por tanques pesados continuará "nos próximos dias e semanas" com os outros aliados, incluindo a Alemanha.

Baerbock: Alemanha não se oporá ao envio de Leopards por outros países

A ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou em uma entrevista ao canal de televisão francês LCI neste domingo que Berlim está pronta para autorizar a Polônia a enviar tanques Leopard que ela possui à Ucrânia, se for feito um pedido formal a respeito.

"Se formos perguntados sobre isso, não ficaremos no meio do caminho", disse Baerbock. "Sabemos o quão importante esses tanques são e é por esse motivo que estamos discutindo isso agora com nossos aliados."

De acordo com as regras de comercialização de produtos bélicos, países que tenham tanques de fabricação alemã precisam da autorização prévia de Berlim se quiserem vendê-los ou repassá-los a outros países.

A Polônia pretende enviar 14 de seus tanques Leopard à Ucrânia, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse que estava esperando "um comunicado claro" de Berlim sobre se isso poderia ser feito. Ele também afirmou que considerava a recusa da Alemanha em enviar seus próprios Leopard à Ucrânia como "inaceitável".

A pressão também vem de outros países. No sábado, os ministros das Relações Exteriores dos três países bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia – divulgaram um comunicado conjunto pedindo que a Alemanha forneça tanques Leopard 2 à Ucrânia.

Segundo reportagem do jornal alemão Süddeutsche Zeitung publicada neste domingo, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, também manifestou em reuniões privadas na quinta-feira, em Berlim, e na sexta-feira, na base americana de Ramstein, na Alemanha, o desejo da Casa Branca de que o governo alemão envie tanques Leopard 2 à Ucrânia e autorize outros países que já possuem o blindado a fazer o mesmo.

bl (AFP, Lusa, Efe)