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Cidade das rosas

13 de agosto de 2009

As mais de oito mil espécies de rosas e a história escondida no subsolo atraem turistas a essa cidade do leste da Alemanha.

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'Rosarium' da cidade tem 8300 espéciesFoto: Sangerhausen Tourismusverein

Sangerhausen é conhecida por sua paisagem florida: a pequena cidade de 23 mil habitantes abriga a maior coleção de rosas do mundo. Ela fica entre a cidade de Halle e as montanhas do Harz, no estado de Saxônia-Anhalt, e tem também uma história guardada em seu subsolo: a mineração.

Europa Rosarium in Sangerhausen
As flores atraem visitantes do mundo todoFoto: Sangerhausen Tourismusverein

Meca dos plantadores de flores

O Rosarium Europa fica numa colina fora da cidade. Desde 1903, Sangerhausen abriga a preciosidade botânica. O jardim de rosas, que ocupa uma área de 13 hectares e atrai cerca de cem mil turistas por ano, tem mais de 8300 espécies.

De maio a setembro, o jardim enche os olhos dos visitantes, com suas cores e fragrâncias exóticas. O Rosarium é mantido por uma empresa privada que, por ano, fatura centenas de milhares de euros.

Dinheiro que, para Thomas Hawel, diretor botânico do Rosarium, permite que novas fragrâncias se desenvolvam. "O perfume das rosas tem um papel importante e nos últimos anos muitas inovações aconteceram no mercado com uso de fragrâncias intensas. Temos uma área grande com rosas de perfumes fortes, que combinam bem com clematis e fragrâncias herbais."

O Rosarium também tem a função de preservar as espécies raras e históricas de rosas. Durante a visita, o turista pode conhecer a história do desenvolvimento das rosas, representado por meio de quadros explicativos.

Museumsführer Erich Hartung Bergbaumuseum Röhrig-Schacht Sangerhausen
Guia do museu mostra o passado de mineraçãoFoto: Daniel Scheschkewitz

Um passado de mineração

Mas nem tudo são flores em Sangerhause. Tendo em vista que a cidade tem uma das taxas mais altas de desemprego na Alemanha e uma redução populacional anual de cerca de 500 moradores. O vice-prefeito da cidade, Ralf Poschmann, avalia: "Se você contempla a imagem externa da cidade, então você pode falar com certeza de uma paisagem florida. Se você analisa a estrutura interna, estamos longe do ideal."

A situação atual tem a ver com a saída do parque industrial da cidade, que aconteceu após a reconstrução do país. No começo dos anos de 1960, cerca de 30 mil pessoas chegaram a trabalhar na mina Kupfer Schiefer. Em 1990, pouco depois da queda do Muro de Berlim, as atividades mineradoras cessaram por completo.

Hoje, a tradição de Sangerhausen pode ser vista no Museu Röhrigscht, instalado perto das escavações das minas ainda visíveis. É possível viajar pelo subsolo nessas minas, cujo complexo data de 1921. Segundo Erich Hartung, que trabalhou como mineiro, a 280 metros abaixo do solo o trabalho era pesado: "O lugar onde trabalha o mineiro tem 40 centímetros de altura. Essa era, no decorrer de 700 anos, a altura normal na mina de Mansfeld Kupfer-Schiefer."

Hartung e alguns ex-colegas acompanham visitantes nos meses de verão em excursões que passam pelo lugar onde aconteciam as explosões, passeio que é feito em carrinhos sobre os trilhos.

A formação rochosa do local aconteceu há mais de 250 milhões de anos. O Mansfeld, que ficava na fronteira com a República Tcheca, foi explorado como mina de carvão de forma rentável e por 800 anos manteve a tradição da mineração.

Schaltanlagenbauer FEAG Sangerhausen Prioduktionshalle
Nova empresa impulsiona economia localFoto: Daniel Scheschkewitz

Trabalho moderno

Os tempos de mineração ficaram para trás. Na superfície, uma tímida e nova indústria começa a se formar em Sangerhausen. Num moderno parque industrial, a empresa Feag abriu uma nova fábrica: há 12 anos, a empresa produz eletrônicos para a indústria, especialmente para exportação.

"Atualmente, produzimos sistemas elétricos para indústrias químicas, para o abastecimento de energia de grandes prédios, para estações de tratamento de água e esgoto e similares. De tudo o que fabricamos, 60% segue para exportação, principalmente para Rússia, Áustria, França e Austrália. Apenas 40% fica na Alemanha", explica Gerhard Ulrich, gerente da empresa.

A produção da empresa cresceu 20% no último ano e o faturamento atual da Feag é de aproximadamente 20 milhões de euros. A empresa, derivada do Grupo Siemens, é representada em eventos importantes, como a Feira de Hannover e Dubai, além de manter bons contatos comerciais com a Rússia.

"Empregamos entre 100 a 110 engenheiros e profissionais qualificados e o mesmo número de funcionários que vêm de empresas terceirizadas", diz Ulrich, ressaltando que Feag está entre as dez maiores companhias do setor na Alemanha.

Esses exemplos de sucesso de Sangerhausen fazem com que os habitantes da cidade mantenham otimismo em relação ao futuro. Ralf Poschmann acha que a paisagem florida da cidade, um dia, não será limitada apenas aos jardins de rosas: "Os problemas de infraestrutura foram por muito tempo deixados de lado. Agora que o processo está concluído, acho que vamos viver tempos melhores na cidade, assim que a crise momentânea passar."

Autor: Daniel Scheschkewitz/ Nádia Pontes

Revisão: Soraia Vilela