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Rússia impõe condições para pôr fim aos ataques na Ucrânia

7 de março de 2022

Kremlin diz que agressões cessarão "em um instante" se Kiev aceitar termos russos. Exigências incluem "neutralidade" ucraniana, reconhecimento da Crimeia como território russo e soberania das províncias separatistas.

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Conversações entre delegações da Ucrânia e Rússia terminam sem grandes avanços
Conversações entre delegações da Ucrânia e Rússia terminam sem grandes avançosFoto: MAXIM GUCHEK/BELTA/AFP

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira (07/03) que a operação militar na Ucrânia será interrompida "em um instante", caso o governo ucraniano aceite uma série de exigências de Moscou.

As condições preveem o reconhecimento da Península da Crimeia – anexada por Moscou em 2014 – como território russo; mudanças na Constituição ucraniana para assegurar a neutralidade do país, a admissão da soberania das autoproclamadas "repúblicas" separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, e o fim das ações militares por parte de Kiev.

Peskov disse que os ucranianos estão cientes dos termos e foram avisados que a chamada "operação militar especial" – a expressão utilizada por Moscou para evitar falar em invasão ou guerra à Ucrânia – poderá ser encerrada rapidamente, se os termos forem aceitos. O governo ucraniano, por sua vez, já declarou essas exigências como inaceitáveis.

"Eles devem fazer emendas à sua Constituição que assegurem que a Ucrânia rejeitará qualquer tentativa de adesão a qualquer bloco", disse Peskov, em referência ao pedido de Kiev para que o país se torne membro da União Europeia.

O porta-voz do Kremlin, porém, negou que seu país tenha a intenção de aumentar seu território, e disse que não é verdade que Moscou deseja a tomada de Kiev. "Estamos, na verdade, concluindo a desmilitarização da Ucrânia, e vamos concluir", disse Peskov. "O principal, é que a Ucrânia encerre suas ações militares".

"Eles devem fazer emendas à Constituição que assegurem que a Ucrânia rejeitará qualquer tentativa de adesão a qualquer bloco", disse Peskov, em referência ao pedido de Kiev para que o país se torne membro da União Europeia.

"Kiev deve reconhecer a Crimeia como território russo, e também Donetsk e Lugansk como estados independentes. Isso é tudo." Ele diz que não se trata de tomar da Ucrânia essas duas províncias.

"Donetsk e Lugansk não querem ser parte da Ucrânia, mas isso não significa que elas devam se destruídas por causa disso", afirmou o porta-voz. "Quanto ao resto, a Ucrânia é um estado independente e viverá da maneira que escolher, mas sob condições de neutralidade."

Impasse nas conversações

As exigências russas vieram enquanto as delegações dos dois países se reuniam para mais uma rodada de negociações.

As conversas entre as duas partes terminaram com "alguns resultados positivos" na questão dos corredores humanitários, anunciou Mykhailo Podoliak, membro da delegação ucraniana. "Alcançamos alguns resultados positivos no que diz respeito à logística dos corredores humanitários", disse o assessor da presidência ucraniana, no Twitter.

O chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, disse que haverá nesta terça-feira uma nova tentativa de remover os civis através dos corredores propostos pela Rússia. Entretanto, ele se disse frustrado com as conversações até o momento.

"Nossas expectativas não foram satisfeitas", afirmou. Medinsky afirmou que os ucranianos se recusaram a assinar todos os documentos levados pelos russos para a reunião, mas não especificou do que se tratavam. Uma nova rodada de conversações deve ocorrer em breve.

rc (Reuters, dpa)