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Rússia diz que ataque químico em Duma foi fabricado

13 de abril de 2018

Moscou afirma ter "provas irrefutáveis" de que suposto ataque no enclave rebelde foi encenado por agência estrangeira para culpar Damasco. Segundo ministro, especialistas russos não encontraram evidências no local.

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A cidade de Duma, local do suposto ataque com armas químicas, foi castigada por bombardeios das forças sírias
A cidade de Duma, local do suposto ataque com armas químicas, foi castigada por bombardeios das forças síriasFoto: picture alliance/AA/A. Sab

O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, disse nesta sexta-feira (13/04) que seu país possui provas irrefutáveis de que o suposto ataque químico ocorrido na cidade síria de Duma, último bastião dos rebeldes em Ghouta Oriental, foi orquestrado por uma agência de inteligência estrangeira para culpar Moscou e o regime em Damasco.

"Temos informações irrefutáveis de que se trata de um novo ataque fabricado, e que por trás dele estão serviços secretos de um país que se esforça para estar na vanguarda da campanha contra a Rússia", disse Lavrov, sem especificar a que nação se referia.

Ele disse ainda que tal fabricação beneficiaria apenas "aqueles que realizam esforços contínuos para desestabilizar a região e avançar em seus objetivos geopolíticos", referindo-se, dessa vez, aos Estados Unidos.

Leia também: O silêncio árabe sobre um possível ataque americano à Síria

A declaração do ministro russo ocorre um dia antes da chegada de uma equipe da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) em Duma, que irá buscar provas do suposto ataque. Segundo Lavrov, especialistas russos já inspecionaram a região.

"Nossos especialistas, que já estiveram no local, não encontraram nenhum rastro do uso de armas químicas, seja cloro ou outra substância", afirmou.

O Ministério do Exterior russo disse ainda que não foram identificados pacientes com sintomas de ferimentos causados por armas químicas em hospitais da região, bem como nenhuma indicação de que vítimas do suposto ataque tivessem sido enterradas.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), por outro lado, afirmou nesta semana que os sintomas de 500 pacientes tratados após o incidente apontam que houve, de fato, o uso de armas químicas.

Os governos da Síria e da Rússia asseguraram que vão garantir o acesso da missão da Opaq ao local do suposto ataque químico.

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Duma se tornou o maior motivo do agravamento das tensões entre o regime do presidente Bashar al-Assad, aliado de Moscou, e países do Ocidente, que responsabilizam Damasco pelo ataque.

A Rússia defende que as acusações do uso de armas químicas em Duma por parte das forças sírias são uma tentativa de justificar uma intervenção militar no país árabe. Lavrov disse esperar que não haja na Síria uma repetição do que ocorreu na Líbia e no Iraque. "Que Deus não permita que outra aventura dessas ocorra na Síria, após as experiências líbia e iraquiana."

O ministro alertou que o menor erro de cálculo poderia gerar novas ondas migratórias, e que ultimatos e ameaças não contribuem para o diálogo. "Mesmo incidentes pouco significativos poderiam levar a novas ondas de migrantes para a Europa, além de outras consequências que nem a Rússia nem nossos vizinhos europeus gostariam."

Moscou, que considera inadmissível culpar Damasco pelo uso de armas químicas em Duma, advertiu que as consequências de um possível ataque dos EUA e seus aliados contra o Exército sírio seriam graves, especialmente se as forças russas no país forem afetadas.

Há poucos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou a possibilidade de atacar a Síria com "mísseis inteligentes" em represália ao suposto ataque químico. Mais tarde, o governo americano adotou um tom mais ameno, desmentindo que uma ação militar estivesse prestes a ocorrer.

RC/efe/ap/rtr

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