Russos se unem para exigir candidatura de Navalny
24 de dezembro de 2017Milhares de cidadãos russos se reuniram em 20 cidades do país, neste domingo (24/12), para pressionar a Comissão Eleitoral a permitir que o líder oposicionista e ativista anticorrupção Alexei Navalny concorra à presidência no pleito de 18 março de 2018.
O político de 41 anos orientara seus adeptos a solicitarem a candidatura dele nas repartições da Comissão Eleitoral de suas respectivas cidades. Conforme a lei eleitoral da Rússia, para ser nomeado candidato à presidência, é preciso inicialmente reunir pelo menos 500 eleitores que manifestem apoio à candidatura.
Apenas em Moscou reuniram-se mais de 700 manifestantes. O próprio advogado e blogueiro esteve presente: "Alegro-me enormemente e fico orgulhoso de poder lhes comunicar que estou aqui como candidato para toda a Rússia", disse Navalny. "Estamos prontos para vencer e vamos vencer esta eleição."
Putin imbatível?
Navalny voltou a ameaçar um boicote da eleição presidencial, caso não possa se candidatar: se a votação não for "honesta", é preciso impedi-la, apelou a seu público. Condenado por desvio de verbas, em junho ele foi barrado de concorrer a qualquer cargo público até 2028.
O oposicionista rechaça as acusações, alegando tratar-se de uma sentença política. Apesar dos impedimentos legais, Alexei Navalny é considerado o mais sério adversário do atual chefe de Estado da Rússia, Vladimir Putin, cuja reeleição, em geral, é tida como certa.
Durante uma reunião de seu partido, o Rússia Unida, neste sábado, o presidente Putin comentou que uma oposição "responsável e eficaz" deve ser tratada "com respeito". No entanto, ela não pode se limitar a combater o governo e "acusá-lo de todos os pecados capitais", mas sim ter "um plano claro para medidas positivas".
A legenda governista confirmou seu apoio ao atual chefe do Kremlin, que oficialmente concorre como candidato independente. Segundo o chefe do Rússia Unida, o primeiro-ministro e ex-presidente Dimitri Medvedev, será proporcionado a Putin "todo o apoio possível, agora e no futuro".
AV/afp,dpa