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Queimadas na Amazônia em 2022 superam total do ano passado

20 de setembro de 2022

Dados divulgados pelo Inpe a poucas semanas da eleições evidenciam descaso do governo federal para com o bioma. Greenpeace denuncia "farra" de grileiros nos meses que antecedem fim do mandato.

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Floresta amazônica em chamas durante à noite, com a Lua aparecendo no alto em meio à fumaça
Inpe detectou 75.592 focos de queimadas na Amazônia entre 1º de janeiro e 18 de setembro de 2022Foto: Reuters/B. Kelly

Os focos de queimadas registrados na Amazônia legal em 2022 já superam o total observado em todo o ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira (19/09).

O sistema de monitoramento via satélite detectou 75.592 focos de queimadas entre 1º de janeiro e 18 de setembro, superando o total de 75.090 registrados durante os 12 meses de 2021.

A região amazônica  vive uma intensificação dos incêndios florestais no mês de setembro, com o surgimento de 18.374 focos apenas em uma semana, o que corresponde a quase 10% a mais do que o total do mesmo mês no ano passado.

Os dados oficiais, divulgados a poucos meses das eleições, devem aumentar a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição. O descaso ambiental durante seu governo é fortemente criticado em todo o mundo.

Desde a posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019, a média anual do desflorestamento na Amazônia brasileira aumentou em 75%, em relação à década anterior. Especialistas apontam que as queimadas são causadas, na maior parte, por fazendeiros e grileiros.

"Tragédia anunciada"

O governo Bolsonaro reduziu o orçamento para a proteção ambiental e trabalhou para ampliar a ação de grupos de exploradores em áreas de proteção e indígenas.

A ramificação da ONG Greenpeace no Brasil disse se tratar de uma "tragédia anunciada".

O porta-voz da entidade, André Freitas, avalia que, após quatro anos de uma política antiambiental clara e objetiva, grileiros e criminosos "viram um cenário perfeito" para avançar ainda mais na destruição da floresta nos últimos meses do governo Bolsonaro.

rc (AFP, ots)