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Presidente dos EUA elogia "Trump" do Brasil

15 de janeiro de 2019

Em evento com agropecuaristas americanos, Donald Trump afirma que Jair Bolsonaro fica feliz com comparação e diz que Brasil terá um grande líder.

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Donald Trump
Trump elogiou Bolsonaro durante discurso a agropecuaristas americanosFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Vucci

Durante um discurso a agropecuaristas americanos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (14/01) que o Brasil terá um grande líder e citou a comparação feita pela imprensa entre os dois.

"Eles terão um novo grande líder. Dizem que é o Donald Trump da América do Sul. Vocês acreditam?", disse Trump na convenção da agência de agricultura americana, em Nova Orleans, arrancando risos e aplausos da plateia.

"Ele [Bolsonaro] está feliz com isso [a comparação]. Se não estivesse, não gostaria do país, mas eu gosto", acrescentou Trump.

O presidente americano também afirmou que os Estados Unidos voltaram a vender carne ao Brasil, pela primeira vez desde 2003.

Bolsonaro é fã declarado do presidente americano e chegou a afirmar que estaria pronto para uma instalação de uma base dos Estados Unidos em território brasileiro. Mais tarde, diante da repercussão negativa entre os militares brasileiros, voltou atrás.

Desde que foi eleito, Bolsonaro e seu círculo mais próximo levam adiante uma aproximação maior com o governo Trump. Logo em novembro, dois acenos foram feitos: o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, esteve nos EUA para se encontrar com importantes figuras do Partido Republicano, como os senadores Marco Rubio e Ted Cruz. Também esteve com Steve Bannon, ideólogo da campanha de Trump, mas hoje afastado do governo.

Além disso, o parlamentar foi fotografado com um boné da campanha para a reeleição de Trump e reafirmou que o Brasil vai levar sua embaixada em Israel para Jerusalém, uma pauta defendida pela bancada evangélica e já executada pelos Estados Unidos.

Já o próprio Bolsonaro recebeu, no Rio de Janeiro, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton. Um dos artífices da invasão ao Iraque em 2003, Bolton foi recebido por um Bolsonaro empolgado, que prestou continência ao americano. Na pauta, temas importantes da política externa trumpista: Cuba, Venezuela, Israel e China.

Em si, a aproximação com os EUA não é exatamente uma novidade na política externa brasileira. O Brasil faz parte da esfera de influência dos Estados Unidos e, ao longo do tempo, a relação teve momentos de maior ou menor intensidade.

As gestões Vargas (1951-1954), Jânio Quadros (1961) e Lula (2003-2010) ficaram conhecidas por tentativas de independência. Os momentos de maior tensão ocorreram em 1977, quando Ernesto Geisel (1974-1979) rompeu um acordo militar de 25 anos com Washington, e 1987, quando o Brasil governado por José Sarney (1985-1990) foi alvo de sanções por conta da Política Nacional de Informática. Por sua vez, os governos Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) e Castelo Branco (1964-1967) se notabilizaram por grande proximidade com Washington.

CN/afp/ots

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