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HistóriaEmirados Árabes Unidos

Presidente dos Emirados Árabes Unidos morre aos 73 anos

14 de maio de 2022

Khalifa bin Zayed al Nahyan liderou o país em numerosos projetos de modernização e desenvolvimento, além de investimentos de bilhões de dólares. Seu nome está imortalizado no Burj Khalifa, prédio mais alto do mundo.

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Foto preto e branca de Khalifa
Causa da morte não foi reveladaFoto: Oli Scarff/Getty Images

O emir de Abu Dhabi e presidente dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Khalifa bin Zayed al Nahyan, morreu nesta sexta-feira (13/05) aos 73 anos. As causas da morte não foram informadas. O país terá luto oficial de 40 dias e as bandeiras ficarão a meio mastro no período.

Khalifa bin Zayed al Nahyan nasceu em 1948 e assumiu a presidência do país em 2004, após a morte do pai, Zayed bin Sultan Al Nahyan, responsável por unificar os sete emirados que compõem os EAU e conseguiu coordenar a conversão do país desértico em um rico estado de petróleo, estável e com a economia mais dinâmica da região.

O filho seguiu os passos do pai e liderou o país em numerosos projetos de modernização e desenvolvimento, além de investimentos de bilhões de dólares. Khalifa supervisionou grande parte do crescimento econômico do país e o seu nome foi imortalizado no edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa, depois de ajudar a resgatar financeiramente Dubai durante uma crise há mais de uma década.

Em 2014, sofreu um AVC e precisou ser operado. Depois, embora as autoridades locais tenham sustentado que o estado de saúde do presidente era "estável", o xeique desapareceu do cenário político e internacional, praticamente não fazendo mais aparições públicas.

As principais tarefas de Estado foram assumidas por seu meio-irmão, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohammed bin Zayed. Ainda não houve anúncio de um sucessor, embora especula-se que Mohammed bin Zayed reivindique a Presidência.

Foto do Burj Khalifa
Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, em Dubai, é uma homenagem ao presidenteFoto: picture-alliance/ZB

Brasil declara luto oficial de três dias

Por meio do Itamaraty, o governo brasileiro lamentou a morte, destacando que o xeique "foi fundamental para o espetacular avanço social e econômico de seu país nas últimas décadas". O presidente Jair Bolsonaro decretou luto oficial de três dias.

"Sob sua condução, desenvolveram-se também as relações do Brasil com os EAU, que têm hoje o status de parceria estratégica", disse o Itamaraty em comunicado ofical, lembrando que os Emirados Árabes são hoje um relevante investidor no Brasil, "com estoque de investimentos de 10 bilhões de dólares distribuídos por setores diversos da economia brasileira". O Ministério das Relações Exteriores também lembrou que os EAU são um dos principais parceiros comerciais do Brasil no mundo árabe.

Países árabes prestam condolências

Em comunicado, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, lamentou "com profunda tristeza e dor" a morte do líder dos Emirados, cujos "méritos e feitos" deixarão uma marca "na consciência coletiva árabe para o presente e para o futuro".

Nayef Falah Mubaraj Hajraf, secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que reúne as principais potências do Golfo Pérsico, também lamentou a morte do presidente, que "serviu o seu povo e a sua nação, assim como as nações árabes e islâmicas".

O presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, descreveu o Khalifa como "um dos homens mais preciosos e um dos maiores líderes" que levou "os Emirados a tornarem-se um modelo de desenvolvimento e de modernidade na região e no mundo".

O Rei Abdullah II da Jordânia lembrou que o presidente "herdou a sabedoria do seu falecido pai e durante o seu mandato "dedicou a sua vida a servir o seu país".

As autoridades do Bahrein declararam três dias de luto oficial e que as bandeiras nacionais fossem colocadas a meia mastro, tal como outros países do Golfo Pérsico, como Kuwait e Omã.

Também os líderes do Líbano e da Síria expressaram as condolências aos Emirados, enquanto o primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al Kazemi, manifestou a confiança de que "o caminho pioneiro dos falecidos continuará com os esforços dos líderes e do povo".

"Amigo dos EUA", diz Biden

As missões diplomáticas da maioria dos países ocidentais nos Emirados também expressaram as condolências aos EAU. O presidente americano, Joe Biden, recordou Khalifa, referindo-se a ele como "um verdadeiro parceiro e amigo dos Estados Unidos".

"Honraremos a sua memória, continuando a fortalecer a antiga relação entre governos e povos dos Estados Unidos e dos Emirados Árabes Unidos", disse Biden, em comunicado.

O presidente federal alemão, Frank-Walter Steinmeier, prestou condolências e também descreveu Khalifa como um amigo da Alemanha.

"Ele aumentou a prosperidade e a estabilidade e deu respeito e reconhecimento aos Emirados Árabes Unidos em todo o mundo", escreveu Steinmeier, de acordo com um comunicado de seu gabinete.

le (EFE, Lusa, ots)