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Populismo ganha força em Liechtenstein

6 de fevereiro de 2017

Pequeno país entre a Áustria e a Suíça vê partido populista de direita fundado há apenas quatro anos avançar em eleição legislativa. Legenda antimonarquia também conquista mais assentos no Parlamento.

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Castelo em Vaduz, capital do principado de Liechtenstein
Castelo em Vaduz, capital do principado de LiechtensteinFoto: AP

O pequeno Liechtenstein, país de menos de 38 mil habitantes, não conseguiu ficar imune ao avanço do populismo no continente. Na eleição parlamentar deste domingo (05/02), o partido populista de direita Independentes (DU) foi o grande vencedor.

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Fundada há apenas quatro anos, a legenda expandiu sua parcela dos votos para 18,4% no pleito deste domingo, conquistando cinco dos apenas 25 assentos do Parlamento. Ao concorrer pela primeira vez, em 2013, o partido havia recebido 15,3% dos votos.

Durante a campanha, o Independentes rejeitou a política migratória do governo Angela Merkel e se manifestou contra o financiamento público, com 15 milhões de francos anuais, à Universidade de Liechtenstein, onde, segundo o partido, 90% dos funcionários e alunos são estrangeiros.

"É um partido populista que, em várias formas, é comparável a outros partidos de extrema direita na Europa – às vezes xenófobo, ele tende a atacar as elites políticas, seu estilo é de confrontação", disse ao site da revista Politico o cientista político Wouter Veenendaal.

Na corrida eleitoral deste ano, o Independentes apostou na crítica aos dois principais partidos de governo – Partido dos Cidadãos Progressistas (FBP) e União Patriótica (VU) – acusando-os de dividirem Liechtenstein entre si.

O conservador FBP, do primeiro-ministro Adrian Hasler, perdeu quase cinco pontos percentuais, recebendo 35,2% dos votos. A legenda passará a ocupar nove, em vez de dez, assentos do Parlamento. O apoio à União Patriótica, parceira de coalizão do FBP, permaneceu praticamente inalterado, com 33,7% dos votos e oito assentos.

O ambientalista de esquerda Lista Livre, contrário à monarquia, também saltou 1,5 ponto percentual, para 12,6%, mantendo seus três assentos. Apesar de a maioria no Parlamento continuar nas mãos do FBP e DU, os ganhos do DU e da Lista Livre chamaram a atenção no pleito.

Monarquia com poder político e econômico

Independentemente dos resultados das eleições parlamentares, a família real de Liechtenstein é quem exerce autoridade suprema no país. O príncipe regente Alois tem o poder de suspender o Parlamento e demitir o governo e pode vetar leis.

O poder político da família real de Liechtenstein se apoia sobre sua fortuna. Ela é proprietária do LGT, o maior banco familiar privado do mundo. A instituição administra ativos que totalizam 143 bilhões de francos suíços (144 bilhões de dólares).

O pequeno principado de 160 quilômetros quadrados, espremido entre a Suíça e a Áustria, era antes conhecido como um paraíso fiscal para bilionários. Até que o país foi obrigado a rever suas leis de sigilo bancário, em 2009, por pressão dos EUA e da União Europeia.

LPF/afp/dw/ots