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Polícia pede prisão de sete pessoas por desastre em Mariana

23 de fevereiro de 2016

Ricardo Vescovi, presidente licenciado da Samarco, e outras seis pessoas foram indiciadas por homicídio doloso qualificado, inundação e poluição de água potável. Penas podem chegar a 30 anos de reclusão.

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Foto: PA / G. Basso

A Polícia Civil de Minas Gerais decretou nesta terça-feira (23/02) a prisão preventiva do presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi, e de outros cinco funcionários da empresa, devido ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Além de Vescovi, o diretor de operações Kléber Terra, a gerente de geotecnia Daviely Rodrigues, o coordenador técnico Wanderson Silvério, o gerente de operações Wagner Milagres e o gerente de projetos Germano Lopes foram indiciados por suspeita de homicídio doloso qualificado, inundação e poluição de água potável.

O engenheiro da VogBR Samuel Loures, responsável pela declaração de estabilidade da barragem do Fundão, também teve prisão decretada. A empresa prestava serviços à Samarco, que é subsidiária da Vale e da BHP, na época do acidente.

A Polícia Civil pede que os indiciados respondam 19 vezes pelo crime de homicídio, referente a cada uma das vítimas do desastre. Dezessete corpos foram encontrados, e dois permanecem desaparecidos. A pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.

O rompimento da barragem no dia 5 de novembro do ano passado formou uma enxurrada de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues e poluiu toda a extensão do Rio Doce até a foz, no Espírito Santo.

Três meses de investigações

O inquérito que investiga as 19 mortes provocadas pelo acidente tem quase 2.500 páginas e mais de cem depoimentos. Após três meses de investigação, a polícia concluiu que falhas de monitoramento e defeitos em equipamentos provocaram o desastre. A principal causa foi a liquefação de rejeitos, com a estrutura da barragem passando do estado sólido para o líquido.

Segundo o delegado Rodrigo Bustamante, responsável pelas investigações, os indiciados foram omissos e assumiram o risco de causar um acidente. O crime ambiental e as validades das licenças da Samarco serão apurados num segundo inquérito.

KG/efe/ots