Papa alerta sobre pornografia digital: "Até freiras veem"
27 de outubro de 2022O papa Francisco alertou seminaristas em Roma sobre os perigos da pornografia online, classificando-a como uma tentação que "enfraquece o coração sacerdotal". O alerta foi dado num encontro do papa com seminaristas na segunda-feira, mas sua transcrição só foi publicada pelo Vaticano na quarta-feira (26/10).
No encontro, o pontífice de 85 anos respondeu uma ampla gama de perguntas de padres e seminaristas atualmente residentes em Roma para estudos teológicos. As questões variaram desde conciliar ciência e fé a tentar viver virtuosamente em meio a deficiências pessoais.
No entanto, quando questionado sobre como as mídias digitais e sociais devem ser melhor implementadas para "compartilhar a alegria de ser cristão", Francisco alertou contra assistir obsessivamente às notícias ou ouvir música que distraia do trabalho. Em seguida, abordou o que considera ser um risco mais sério.
"E sobre isso há também outra coisa, que vocês conhecem bem: a pornografia digital. Cada um de vocês reflita se teve a experiência ou a tentação da pornografia digital. É um vício que tantos têm, tantos homens leigos, tantas mulheres leigas e até padres e freiras."
"E não estou falando apenas de pornografia criminal como abuso infantil, no qual você vê casos de abusos ao vivo. Isso já é degeneração. Mas falo da pornografia mais 'normal'."
"O diabo enfraquece o coração sacerdotal"
"Queridos irmãos, tomem cuidado com isso. O coração puro, o coração que recebe Jesus todos os dias, não pode receber essa informação pornográfica", disse o papa, acrescentando que os presentes deveriam "apagá-la dos telefones celulares para que não tenham a tentação nas mãos".
"O diabo entra por ali e enfraquece o coração sacerdotal. Desculpem-me por aprofundar esses detalhes sobre a pornografia, mas há uma realidade. Uma realidade que toca padres, seminaristas, freiras, almas consagradas."
O pontífice argentino de formação jesuíta já condenou antes a pornografia. Mais recentemente em junho, quando a classificou como "um ataque permanente à dignidade de homens e mulheres" que deveria ser declarada uma "ameaça à saúde pública".
pv/av (AFP, ots)