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ONU pede que Trump acolha refugiados

28 de janeiro de 2017

Duas agências da ONU apelam a EUA para que continuem a ajudar pessoas fugindo da guerra e perseguição. Em Paris, ministro do Exterior alemão diz que "amar o próximo" formou parte das tradições cristãs americanas.

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Refugiados na ilha grega de Samos
Refugiados na ilha grega de SamosFoto: DW/D. Tosidis

Neste sábado (28/01), duas agências de migração das Nações Unidas instaram o governo do presidente americano, Donald Trump, a continuar concedendo asilo a pessoas vulneráveis.

"As necessidades dos refugiados e migrantes em todo o mundo nunca foram maiores e o programa de realocação dos EUA é um dos mais importantes do mundo", disse uma declaração conjunta da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O pedido veio um dia depois de o presidente Trump assinar uma ordem executiva que endurece medidas de verificação de migrantes com o objetivo de evitar a entrada de terroristas islâmicos no país.

Prioridade para cristãos

A ordem assinada por Trump na sexta-feira bloqueou imediatamente o acesso aos EUA para todos os refugiados provenientes da Síria, onde a guerra civil já provocou a morte de centenas de milhares de pessoas. Ele também impôs uma proibição de entrada de 90 dias para cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

Os EUA podem admitir refugiados caso a caso durante esse período, enquanto aqueles que alegam perseguição religiosa podem continuar a ter seus pedidos de asilo processados se "a religião do indivíduo é uma religião minoritária em seu país."

Ao mesmo tempo, Trump declarou à emissora CBN News que cristãos iriam receber prioridade ao solicitar o status de refugiado. Trump justificou as medidas como necessárias para impedir que os "terroristas islâmicos radicais" entrem nos EUA.

Sigmar Gabriel e Jean-Marc Ayrault se encontraram em Paris
Sigmar Gabriel e Jean-Marc Ayrault se encontraram em ParisFoto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld

Preocupações europeias

Neste sábado, em coletiva de imprensa em Paris, o ministro do Exterior francês, Jean-Marc Ayrault, e seu colega de pasta alemão, Sigmar Gabriel, expressaram as suas preocupações diante da decisão de Trump de limitar a imigração e refugiados.

A medida "só pode nos preocupar", declarou Ayrault. "Receber pessoas que fogem da guerra e da opressão é parte de nossa tarefa", acrescentou o ministro francês.

Gabriel apontou, por sua vez, que "amar o próximo" formou parte das tradições cristãs americanas.

Em sua primeira viagem ao exterior desde a sua nomeação para o cargo de ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel disse que oferecer refúgio aos perseguidos e àqueles que fogem da morte são valores ocidentais que a Europa e os Estados Unidos compartilham.

"Amar seu próximo faz parte dessa tradição, o ato de ajudar outros", afirmou. "Isso nos une, nós ocidentais. E eu acho que isso continua a ser uma base comum que dividimos com os EUA, uma base que pretendemos promover."

No ano passado, os EUA acolheram 84.995 refugiados. Para este ano, o presidente Barack Obama estabeleceu o limite de refugiados em 110 mil. A ordem executiva de Donald Trump procura cortar esse número para 50 mil.

CA/ap/rtr/dw