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SaúdeGlobal

Pandemia terá impacto prolongado na saúde mental, alerta OMS

22 de julho de 2021

Confinamentos impostos pela crise sanitária e reflexos na vida e na economia devem ser sentidos por um longo período, afirma organização. Entidade pede que países tornem acesso a cuidados psicológicos mais democrático.

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Foto mostra muitas pessoas andando em uma rua. Todas usam máscara.
"Pessoas estão literalmente entrando em colapso sob a pressão da covid-19 e suas consequências", diz diretor europeuFoto: Kyodo/imago images

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quinta-feira (22/07) que os confinamentos impostos pela pandemia de covid-19 e os reflexos da crise na saúde e na economia terão um "impacto prolongado" na saúde mental mundial.

De acordo com a OMS, todas as pessoas foram afetadas de alguma forma, seja pela ansiedade ligada à transmissão do vírus, o impacto psicológico do isolamento, ou fatores como desemprego, dificuldade financeira e exclusão socioeconômica.

O alerta foi feito em uma reunião de ministros e autoridades de saúde dos 53 países-membros da região europeia da OMS, realizada em Atenas, na Grécia. As conclusões estão em um relatório sobre o tema apresentado nesta quinta-feira.

A OMS frisou que "não é apenas o contágio ou o medo de ser contaminado que afetaram a saúde mental da população", mas também "o estresse provocado pelas desigualdades socioeconômicas e os efeitos das quarentenas, do confinamento, do fechamento de escolas e locais de trabalho, que tiveram consequências enormes".

"As pessoas estão literalmente entrando em colapso sob a pressão da covid-19 e suas consequências", afirmou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.

"A pandemia abalou o mundo. Mais de 4 milhões de vidas perdidas globalmente, meios de subsistência arruinados, famílias e comunidades forçadas a se separar, empresas falidas e pessoas privadas de oportunidades. Essas consequências da pandemia causaram enormes prejuízos à saúde mental e ao bem-estar das pessoas na região europeia.".

Kluge acrescentou que colocar as reformas relacionadas à saúde mental no centro da recuperação social e econômica exigirá "muita coragem e firmeza". "A saúde mental e o bem-estar devem ser entendidos como direitos humanos fundamentais", afirmou, apelando aos países para que repensem o acesso mais democrático aos cuidados mentais.

Segundo o diretor da OMS, este momento de crise pode ser visto pelos governos como uma oportunidade para implementar políticas de saúde mental que forneçam apoio aos indivíduos. "É uma chance que nenhum país pode deixar escapar se quisermos nos reconstruir melhor e mais fortes", disse Kluge.

A OMS também destacou que o tratamento psicológico de diversas pessoas foi prejudicado com os confinamentos, já que acarretaram na interrupção das atividades de grupos de apoio e no cancelamento de consultas presenciais, por exemplo.

Entre as recomendações da OMS para melhorar a situação, estão o reforço dos serviços de saúde mental, a melhoria do acesso aos cuidados por via digital e o aumento dos serviços de apoio psicológico nas escolas, universidades e locais de trabalho, bem como para os trabalhadores de primeira linha no combate à pandemia.

le/ek (Lusa, ots)