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O trabalhador da construção civil Jochen Wörz, de Gruibingen

22 de abril de 2010

O operário Jochen Wörz constrói estradas no sul da Alemanha. O trabalho com asfalto líquido e rolos compactadores é árduo e geralmente chega a ocupar 12 horas do dia. Mesmo assim, é o que ele gosta de fazer.

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Cedo da manhã, enquanto bebe uma xícara de café e fuma um cigarro, o trabalhador da construção civil Jochen Wörz observa de sua casa o movimento na Autobahn A8, a principal rodovia da região entre Stuttgart e Munique, no sul da Alemanha.

O simpático operário aluga um modesto apartamento no segundo andar de um prédio no alto de um morro em Gruibingen, uma vila de 2.500 habitantes na região do Jura da Suábia, no estado alemão de Baden-Württemberg.

Ele nasceu em Wiesensteig, distante apenas sete quilômetros de Gruibingen. Toda a sua vida Jochen viveu nessa região da Alemanha.

Pai e divorciado

Antes de sair de casa, por volta das 6h30, Jochen acorda o filho Julian, de nove anos, e passa ao garoto instruções detalhadas sobre as tarefas do dia. Jochen é divorciado desde 2001. A sua ex-mulher ainda mora nas proximidades, e os dois dividem a educação e os cuidados do filho em comum.

Também a mãe de Jochen mora nas proximidades, assim como a irmã do operário. Ambas ajudam a cuidar de Julian. E a apenas alguns metros do apartamento de Jochen está a sede da construtora Moll, onde há 27 anos ele fez seu curso profissionalizante. Hoje ele é capataz.

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O trabalho na obra é árduoFoto: DW

A empresa existe há 70 anos e emprega mais de cem funcionários. De lá os trabalhadores vão até um trecho em obras, que pode variar de um dia para o outro, movimentando-se num raio de cerca de 40 quilômetros a partir de Gruibingen.

A equipe de Jochen é responsável pelo acabamento da pista. O trabalho deles começa apenas quando as camadas iniciais do pavimento já foram concluídas. Então Jochen e seus colegas acrescentam os últimos dois ou três centímetros de asfalto, manipulado a uma temperatura de 160 graus Célsius e comprimido com um rolo compactador. O trabalho é árduo – piadas e bom humor o tornam suportável.

Pausa curta, dia longo

A pausa é às 10h30. Jochen traz consigo uma marmita com frutas, algumas fatias de pão, queijo e diversos tipos de salame. Depois de meia hora de descanso, o trabalho recomeça – e muitas vezes segue até de noite.

Alguns dias de trabalho podem durar até 12 horas, geralmente entre abril e novembro. A partir de dezembro as obras são suspensas por vários meses por causa do rigoroso inverno. Nessa época, Jochen e equipe recebem um auxílio da Agência do Trabalho, a chamada "compensação por tempo ruim", equivalente a 60% do salário.

Não é muito, mas é o suficiente para uma viagem de férias, por exemplo para o Egito, e sempre na companhia do filho. Jochen vê o mundo pelos olhos do filho – o garoto é o centro da vida do pai. O mais importante, para Jochen, é que Julian receba uma boa educação escolar. Para si, Jochen deseja um dia encontrar um novo amor.

O descanso depois do trabalho

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O filho Julian está no centro da vida de Jochen, pai corujaFoto: DW

Para Jochen é uma alegria chegar em casa depois de um duro dia de trabalho. "Eu sei que meu filho espera por mim", diz. O seu jantar favorito é spätzle com lentilhas. Spätzle é uma massa em forma de sucrilhos ou de pequenas tiras. Geralmente acompanhada de lentilhas, é uma especialidade da Suábia. Mas é comum Jochen e Julian não terem nada quente para jantar.

Às vezes Jochen encerra a noite no restaurante Gaststätte Hirsch, de propriedade de um colega dos tempos de escola. Lá Jochen encontra amigos e conhecidos para beber uma cerveja. Na Alemanha, encontros desse tipo costumam ter dia e hora certas e reúnem um grupo de amigos sempre ao redor da mesma mesa de um bar ou restaurante – é o que se chama de stammtisch (mesa habitual, numa tradução livre).

Na stammtisch todos são iguais – trabalhadores da construção civil ou funcionários públicos, vendedores ou chefes. Cultivar as amizades da juventude é importante para Jochen. Ele também gosta de rock e gostaria de ir mais a shows – mas são raras as bandas que vão tocar em Gruibingen. Ainda assim, Jochen jamais pensaria em morar em outro lugar.

Autor: Amjad Ali (as)
Revisão: Bettina Riffel