O que abelhas e discotecagem têm em comum?
O britânico Bioni Samp cursou Arte e Design, e durante os estudos começou a produzir música experimental, batizada por ele de "Insectec". Com um software especial, ele isola as diferentes frequências do som das abelhas. "Os três tipos de abelha em uma colmeia são: a rainha, as operárias e os zangões. E cada uma tem uma faixa de frequência própria. Ou seja, a rainha tem um som mais agudo, as operárias um som intermediário e o zangão emite um som mais grave", explica.
Bioni grava os ruídos das abelhas com um aparelho de scanner construído por ele e equipado com microfones e um gravador digital capaz de captar o zumbido na colmeia por horas. Depois da captação de som ele segue para o estúdio. Os zumbidos das abelhas são analisados por ele e organizados em uma faixa usando vários sintetizadores.
Bioni Samp já viajou por todo o mundo com suas instalações sonoras - incluindo o festival ARS Electronica em Linz, na Áustria, e a bienal de arte midiática em Breslau, na Polônia. Nos shows, ele sempre usa uma roupa de apicultor – para permanecer anônimo e fazer com que o público se concentre apenas na música. Porém, está sem se apresentar desde o início da pandemia: "Durante o lockdown pude ficar com as minhas abelhas e apenas meditar. E apesar da pandemia ter feito com que tudo fechasse, as abelhas continuam vivendo normalmente. E, claro, elas estão felizes por haver menos poluição."