O novo governo alemão
Demorou, mas agora está de pé: a nova composição do governo em Berlim. Após o "sim" do Partido Social Democrata à coalizão de governo, Merkel anunciou seus novos ministros, com rostos conhecidos e algumas surpresas.
Mais um mandato
O que já era visto como garantido após a eleição agora é certeza: Angela Merkel continua no cargo de chanceler federal no comando de uma grande coalizão formada por conservadores e social-democratas. O novo gabinete é formado por cinco ministros democrata-cristãos, três social-cristãos e seis social-democratas. Entre 2005 e 2009, Merkel já esteve à frente de uma grande coalizão de governo.
O "superministro"
A mídia deu o título de "superministro" ao líder dos social-democratas, Sigmar Gabriel. Ele será o novo ministro alemão da Economia e da Energia, assumindo a responsabilidade pela virada energética, projeto que foi motivo de divergência entre os chefes das pastas de Meio Ambiente e Economia do antigo governo. Como vice-chanceler, Gabriel será também o segundo nome no gabinete.
De volta ao Ministério do Exterior
O papel de chefe da diplomacia alemã parece lhe cair bem: Frank-Walter Steinmeier, atual líder da bancada parlamentar do SPD, vai conduzir o Ministério do Exterior. Ele havia assumido esse posto já no primeiro mandato de Merkel, tendo sido também vice-chanceler federal de 2007 a 2009. Nas eleições parlamentares de 2009, ele concorreu à chancelaria federal, mas perdeu para Merkel.
Continuidade na política financeira
O ex-ministro das Finanças também será o novo: à frente da política financeira alemã, o democrata-cristão Wolfgang Schäuble continuará lutando em Bruxelas pela estabilidade do euro. Com 71 anos, ele é o ministro mais velho no gabinete e também o membro mais antigo do governo. Já em 1984, ele foi chefe da Casa Civil de Helmut Kohl. Schäuble é cadeirante desde que foi vítima de um atentado, em 1990.
Estrategista experiente
Thomas de Maizière é o homem de Merkel para todas as horas. Ele é considerado um apoio confiável para a chanceler federal, podendo ser empregado de forma versátil. Após ter colhido duras críticas como ministro da Defesa, ele volta agora à frente do Ministério do Interior em Berlim. O jurista já havia ocupado o posto entre 2009 e 2011.
Uma mulher à frente das Forças Armadas
Já estava certo que Ursula von der Leyen iria continuar no gabinete de governo. A grande surpresa, no entanto, está no fato de a atual ministra do Trabalho ser a primeira mulher a assumir o Ministério da Defesa. Uma tarefa difícil para a mãe de sete filhos. Além das críticas de maus investimentos, a reforma estrutural das Forças Armadas alemãs ainda não foi concluída.
Esquerdista de carreira
A social-democrata Andrea Nahles será a nova ministra do Trabalho. A atual secretária-geral do SPD é vista como esquerdista e crítica da reforma do mercado de trabalho do ex-chanceler federal Gerhard Schröder, conhecida como Agenda 2010. Recentemente, ela elevou o humor do Parlamento, ao citar e cantar uma canção infantil em discurso no plenário.
Novato na Justiça
Ele é uma das surpresas do novo gabinete de governo: Heiko Maas assume o Ministério da Justiça, que inclui também a proteção ao consumidor. Até agora, o jurista era pouco conhecido na política alemã. Em 2004 e 2009, ele foi o candidato do SPD ao governo do estado do Sarre, no oeste alemão. Mas ele não conseguiu vencer os candidatos democrata-cristãos. Maas pertence à liderança do SPD desde 2001.
O rosto jovem do SPD
Sua nomeação já era certa: Manuela Schwesig, favorita da mídia e, com 39 anos, membro mais jovem do gabinete em Berlim, à frente do Ministério da Família, Terceira Idade, Mulheres e Juventude. Durante a campanha eleitoral do SPD, ela participou da equipe de especialistas nesta área. Ela era secretaria estadual de Trabalho, Igualdade de Gêneros e Bem-estar social de Mecklenburg-Vorpommern.
Vinda do segundo escalão
Como tesoureira do SPD, até agora, ela trabalhava em segundo plano. No futuro, como ministra do Meio Ambiente, Barbara Hendricks passará para o primeiro escalão de governo. No novo governo, sua pasta recebe uma nova feição: o setor de Energia ficará sob a responsabilidade do "superministro" Sigmar Gabriel, enquanto Hendricks responderá pela área de Construção Civil e Desenvolvimento Urbano.
Soldado fiel do partido
De gerente da campanha de Angela Merkel a ministro da Saúde. Até o momento, Herrmann Gröhe era secretário-geral da União Democrata Cristã (CDU), o partido de Merkel. Mas agora ele pode receber os louros pelo êxito da campanha eleitoral: seu prêmio é um posto no gabinete de governo. Como especialista de renome na área de saúde, o político da região do Reno não era muito conhecido.
Braço direito de Merkel
Como novo chefe da Casa Civil, Peter Altmaier será um dos funcionários mais próximos de Merkel. O atual ministro do Meio Ambiente é um companheiro leal da chanceler federal. Como chefe da Casa Civil, ele também será responsável pela coordenação dos serviços de inteligência da Alemanha. Nesse contexto, Ronald Pofalla, antecessor de Altmaier, não fez um bom papel no caso da NSA.
Um ministro de discurso polêmico
O social-cristão Alexander Dobrindt (CSU) não é amigo de palavras suaves. No cargo de atual secretário-geral da União Social Cristã (CSU), ele se referiu a seu novo colega de gabinete Sigmar Gabriel como "obeso e pouco talentoso". Como ministro dos Transportes e Infraestrutura Digital, ele será responsável pelo futuro do tráfego online e da rede de dados na Alemanha.
Professora no Ministério da Educação
Continuidade também na Educação: Johanna Wanka permanece no Ministério da Educação e Pesquisa. A política do estado de Brandenburg assumiu em fevereiro de 2013 o posto de Annette Schavan, que teve de renunciar ao cargo após as acusações de plágio em sua tese de doutorado. Antes da carreira política, a matemática Wanka foi reitora da Escola Superior de Merseburg.
Do Interior para Agricultura
Isso pode ser visto como um rebaixamento: Hans-Peter Friedrich, atual ministro do Interior, ocupará a pasta da Alimentação e Agricultura. Sua gestão de crise foi bastante criticada no caso de monitoramento de dados por parte da NSA. Como chefe da pasta da Agricultura, o político deverá chamar menos atenção pública.
Rosto novo da CSU
Futuramente, Gerd Müller vai ocupar o Ministério do Desenvolvimento e Cooperação Econômica. Até agora, ele era vice-ministro no Ministério da Agricultura. ele já tem experiência com questões da política de desenvolvimento. Para o público, no entanto, ele é um rosto novo no cenário político berlinense.
Raízes turcas
À frente da Secretaria da Migração, Refugiados e Integração, Aydan Özoguz não será ministra federal, mas terá importante cargo no novo governo. Filha de imigrantes turcos, a hamburguesa de 46 anos é deputada federal desde 2009. Em 2011, ela foi eleita vice-presidente do Partido Social-Democrata (SPD). Agora, ela vai substituir a democrata-cristã Maria Böhmer no gabinete em Berlim.
Política experiente na Cultura
A política democrata-cristã Monika Grütters será a nova ministra da Cultura. Ela será responsável pelos projetos e instalações culturais em toda a Alemanha, como também pela "representação cultural de todo o Estado". Aparentemente, a historiadora da arte possui um bom relacionamento com Angela Merkel.