O lado obscuro da moda
A moda fascina e encanta. Mesmo assim, a roupa se tornou um artigo descartável. Lado menos glamuroso da indústria do vestuário ganha exposição no Museu Alemão da Higiene em Dresden.
O custo da barganha
Para todos os gostos e faixas de preço: para satisfazer essa necessidade, a indústria da moda produz principalmente em países com padrões ambientais e níveis salariais baixos. Mas a que preço? A exposição "Fast Fashion" lança um olhar sobre os bastidores do "Big Business" da Moda. A mostra pode ser vista a partir de 5 de dezembro no Museu Alemão da Higiene em Dresden.
Para além do glamour
Preparando para a trituração: compramos cada vez mais rápido e mais novidades, muito além do que podemos vir a precisar e a usar. A exposição, que foi concebida no Museu de Artes e Ofícios em Hamburgo, mostra as consequências e os efeitos secundários da moda descartável do ponto de vista econômico, ético e ambiental. Que papel o nosso estilo de vida desempenha para pessoas em Bangladesh?
Reciclagem ou eliminação barata?
Aproximadamente 60% das roupas usadas que instituições de caridade na Europa coletam vão para países em desenvolvimento. Elas são separadas por categoria, cor e estilo e prensadas em pesados fardos, sendo então enviadas ao redor do planeta. Na indiana Panipat, por exemplo, roupas de lá velhas são novamente classificadas por cor: aí está o seu valor.
Como nos séculos passados
As condições de produção catastróficas da indústria da moda pouco se diferem daquelas no século 19 ou 20: o problema só foi deslocado mais para o Leste, para a Europa Oriental e Ásia. Os salários pagos estão muitas vezes abaixo da linha de pobreza. Assim, esta família de 11 pessoas de trabalhadores têxteis em Bangladesh tem que dividir um só quarto.
O fim dos sonhos
Em frente a uma cerca de segurança, a mãe de Rina aguarda desesperadamente por sua filha. Atrás da cerca, as ruínas de uma fábrica têxtil que desmoronou em 24 de abril de 2013 em Savar, próximo a Daca, capital de Bangladesh, soterrando 1.127 pessoas. A foto tirada por Taslima Akhter é uma das imagens inesquecíveis da exposição.
As profundezas da indústria
A exposição mostra as relações entre as condições de trabalho da indústria da moda de baixo custo e nosso comportamento de consumo não só em fotos e gráficos, mas também em trabalhos têxteis. O artista conceitual Manu Washaus encomendou a impressão de suéteres na China com fotos do desastre em Savar. "Suéter II" demonstra o quão absurdo é a estética destas fotos.
Moda sustentável
Moda como parte da nossa cultura cotidiana pode funcionar também com matérias-primas "fair trade", ou seja, produzidas de forma justa. Como parte da exposição, um desfile de moda crítico traz exemplos de estilistas locais que querem dispensar a exploração dos trabalhadores, do meio ambiente e animais. Entre as coleções alternativas, está a da Neonon, uma etiqueta de Dresden.
Desfile de moda étnico em Berlim
A moda sustentável, que já foi sensação na Semana de Moda de Berlim, é uma das atrações da exposição. O showroom verde e o desfile de moda étnico refletem a nova tendência urbana em direção a um estilo de vida ecológico e justo. Feiras de moda verdes ganham cada vez mais importância na indústria têxtil e da moda.
"Pepe" com ironia
As imagens do fotógrafo Paolo Woods são comentários irônicos sobre os caminhos trilhados pelas peças de vestuário em todo o mundo. Elas mostram jovens no Haiti vestindo camisetas usadas com slogans que parecem absurdos em seus novos proprietários. "Pepe" é como os haitianos chamam as roupas de doações de caridade - e é também o título da foto.