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O Brasil na imprensa alemã (08/09)

8 de setembro de 2021

Enfraquecimento político de Bolsonaro, atos antidemocráticos de Sete de Setembro, economia em crise e o "fiasco" no jogo entre Brasil e Argentina foram destaques na imprensa da Alemanha.

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Brasilien | Unruhen in Brasília | Anhänger Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro discursa para apoiadores no Sete de SetembroFoto: Sergio Lima/AFP/Getty Images

Handelsblatt - O pesadelo brasileiro (07/09/21)

O presidente brasileiro não apenas encoraja seus apoiadores a protestar contra a Justiça. Ele também os conclama à violência. Ele se transformou no maior risco econômico para a principal economia da América Latina.

Jair Bolsonaro nunca escondeu que gosta de passar dos limites - mesmo os da decência. Mas nos últimos tempos o presidente brasileiro ultrapassa a linha vermelha de tal maneira que mesmo parte de seus apoiadores vêm demonstrando preocupação. "Quem quer a paz deve estar pronto para a guerra." Com essas palavras, Bolsonaro convocou seus apoiadores a protestos nacionais nesta terça-feira, dia da independência. E aconselhou: armem-se.

Süddeutsche Zeitung -  Nervosismo antes da data crucial (07/09/21)

Há alguns dias Jair Bolsonaro confessou como imagina o seu futuro. A princípio só há três alternativas, declarou o presidente a seus apoiadores: "Morte, prisão ou vitória".

Na verdade o presidente de direita está fortemente enfraquecido. Há, em primeiro lugar, a pandemia e suas consequências: a covid-19 fez proporcionalmente mais vítimas no Brasil do que em qualquer outro grande país do mundo.

Além disso a economia está cambaleante. O desemprego aumenta, cada vez mais pessoas entram para as estatísticas de pobreza, e já faz tempo que a fome voltou ao Brasil, esse país que há alguns anos era tratado como modelo de ascensão.

Ou seja, a tempestade perfeita está se formando, as nuvens ficam cada vez mais escuras - e ano que vem há eleições. Bolsonaro está bem atrás do candidato do PT, Lula da Silva, nas pesquisas. No momento não há como falar em vitória, como Bolsonaro a imagina para o seu futuro.

E aí o presidente brasileiro faz o que sempre faz quando a situação fica crítica: ele parte para o staque.

Tagesschau - Retórica de sobra (08/09/21)

Dezenas de milhares atenderam à convocação do presidente Bolsonaro no dia da independência do Brasil. Eles esbravejaram contra todos os que investigam o presidente, mas o temido ataque ao Congresso não aconteceu.

Dezenas de milhares, em São Paulo até mesmo mais de cem mil, de fato atenderam à convocação de Bolsonaro e expressaram apoio nas ruas. Apoiadores tentaram furar bloqueios nas áreas dos poderes, mas o temido ataque ao Congresso não aconteceu.

Bem ao contrário dos ataques verbais e das ameaças: "Ou o chefe do Poder [Judiciário] enquadra o seu ministro, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", declarou Bolsonaro em Brasília, mirando o presidente do Supremo Tribunal Federal.

Tagesschau - "Golpe contra a bola": muito incômodo depois do jogo-fiasco entre Argentina e Brasil (06/09/21)

O principal confronto das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo foi interrompido depois de seis minutos de jogo - por causa de desrespeito às regras anticovid. Agora um coloca a culpa no outro.

"Que papelão!", "Ridículo!", "Escandaloso!", "Brasil é campeão mundial do papelão!": os jornais argentinos se superavam nesta segunda-feira, depois do fiasco no principal confronto das eliminatórias sul-americanas. O jornal de esquerda Página 12 até mesmo colocou de manchete "Golpe contra a bola".

Na capa, Lionel Messi e Neymar, os dois astros do Paris St. Germain em camisetas das suas seleções, as mãos no rosto, como se quisessem conter o riso. Incrédulo, o mundo do futebol balança a cabeça em desaprovação diante das cenas do superclássico dos dois pesos-pesados Brasil e Argentina.

as (OTS)