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O Brasil na imprensa alemã (02/12)

2 de dezembro de 2020

Jornais alemães destacam fracasso de candidatos de Bolsonaro nas eleições municipais, disparada no desmatamento na Amazônia e disputa "civilizada" pela prefeitura de São Paulo.

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Jair Bolsonaro
"As eleições municipais não tiveram praticamente nenhum 'efeito Bolsonaro'", diz jornalFoto: Luis Alvarenga/Getty Images

FAZ – O ineficaz efeito Bolsonaro (01/12)

O presidente Jair Bolsonaro não conseguiu mostrar seu poder a nível municipal. Isso ficou claro nos resultados do segundo turno das eleições de domingo. Eles confirmam a tendência do primeiro turno da votação, no qual a maioria dos candidatos apoiados por Bolsonaro fora eliminada.

A polarização que ajudou Bolsonaro a vencer as eleições dois anos atrás foi menos acentuada desta vez. Além disso, Bolsonaro está atualmente sem partido. Para os apoiadores do presidente, nem sempre foi possível determinar quais candidatos eram também os "candidatos do presidente". Em suas lives regulares nas redes sociais, ele fez uma série de recomendações e chegou a exibir cartazes às câmeras. Mas, em grande parte, evitou aparecer ao lado de candidatos.

Também é questionável se isso teria ajudado. Se há dois anos Bolsonaro era quase um fenômeno, com muitos pegando carona em sua onda de sucesso, as eleições municipais não tiveram praticamente nenhum "efeito Bolsonaro".

Die Zeit – Desmatamento recorde na Amazônia (01/12)

Na região amazônica no Brasil, há 12 anos não se desmatava tanta floresta. Este é o resultado de uma avaliação das imagens de satélite do Inpe. De acordo com o instituto, 11.088 quilômetros quadrados de floresta tropical foram destruídos nos 12 meses até agosto deste ano - uma área maior que a Jamaica.

O número aumentou 9,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, que também havia registrado um nível recorde de desmatamento. De agosto de 2018 a julho de 2019, o desmatamento cobriu 10.129 quilômetros quadrados.

Os dados provêm de satélites de monitoramento que avaliam o desenvolvimento com imagens de alta resolução. O chamado programa Prodes está em funcionamento desde 1988. O pico foi registrado em 1995, com 29.059 quilômetros quadrados de desmatamento.

O governo de esquerda de Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse em 2003, investiu em métodos de vigilância mais modernos. Então, o desmatamento caiu - de pouco menos de 28.000 quilômetros quadrados em 2004 para pouco menos de 4.500 quilômetros quadrados em 2012. Desde então, no entanto, os números tendem a subir - especialmente desde a posse do presidente populista de direita Jair Bolsonaro.

TAZ – Sem socialista para São Paulo (30/11)

O sonho de muitos partidários da Esquerda foi despedaçado pouco depois das 19h, quando os resultados eleitorais de São Paulo foram transmitidos pela televisão. Era o sonho de que a maior cidade da América Latina seria governada por um socialista.

O ativista dos sem-teto e político do PSOL Guilherme Boulos estava na corrida no segundo turno contra o prefeito em exercício do PSDB, de direita, Bruno Covas, para o cargo mais alto da megacidade. Os dois, e isso é importante enfatizar no Brasil de 2020, haviam travado um duro, mas civilizado, duelo eleitoral. No final, o resultado foi claro, e Covas ganhou com quase 60% dos votos.

Covas, que é considerado moderado em seu partido, prometeu no discurso de vitória um governo de equilíbrio e moderação. O derrotado Boulos falou ainda naquela noite através de mensagem de vídeo de sua pequena casa na periferia de São Paulo.

Sua campanha, disse Boulos, mostrou um caminho para o futuro e venceu, embora a eleição tenha sido perdida. E, de fato, apenas o fato de o socialista ter chegado ao segundo turno pode ser considerado um sucesso.

Sua campanha inspirou muitos jovens eleitores e eleitoras, ele conseguiu forjar uma ampla aliança, muitos e muitas artistas proeminentes o apoiaram. E Boulos obteve a maioria em muitos distritos pobres - onde a esquerda teve dificuldades para marcar pontos recentemente. Não são poucos os que consideram o carismático político de 38 anos como possível candidato presidencial em 2022.