Nove pessoas – oito homens e uma mulher – morreram pisoteadas na madrugada deste domingo (01/12) em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. Outras sete ficaram feridas. As identidades das vítimas não foram divulgadas.
De acordo com informações do registro policial, citadas pelo jornal Folha de S.Paulo, a confusão começou depois de "uma ação de controle de distúrbios civis" – uma ação da PM para dispersar o baile que contou com "munições químicas” (bombas de efeito moral e gás lacrimogênio). Havia pelo menos 5 mil pessoas no local.
Segundo informou a PM em comunicado, policiais do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam uma operação batizada de "Pancadão" na região quando "dois homens em uma motocicleta atiraram contra os agentes".
"A moto fugiu em direção ao baile funk, ainda efetuando disparos, ocasionando um tumulto entre os frequentadores do evento".
Ainda segundo a PM, equipes da 1ª Cia e Força Tática M-16011 e M-16010 se deslocaram para dar apoio e teriam sido recebidas com arremessos de objetos (garrafas, pedras, etc). De acordo com informações da corporação, alguém no meio da multidão disparou um tiro.
Segundo a polícia, as equipes de Força Tática responderam com o lançamento de munições químicas para dispersão.
Na tarde deste domingo, o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM de São Paulo, concedeu entrevista coletiva para falar da operação da corporação. Ele disse ser "difícil analisar" num primeiro momento se o procedimento da corporação "foi correto", mas que, segundo relatos, a utilização das balas de borracha foi "razoável" e que "possivelmente foi aplicada de forma correta".
"Criminosos usaram pessoas que frequentavam o baile como escudos humanos. Pessoas foram em direção aos PMs arremessando pedras e garrafas. A atuação dos PMs foi de proteção aos policiais", disse Massera.
"Evidentemente, o rigor vai responsabilizar quem cometeu algum excesso, algum abuso. O relato que temos é que os policiais, para conseguirem recuar, fizeram uso de munições químicas - duas de efeito moral, mais duas de gás lacrimogênio –, mais oito disparos de balas de borracha", completou o porta-voz.
De acordo com testemunhas ouvidas pelo UOL, os PMs cercaram o baile e impediram sua dispersão. O cerco então levou quem estava na rua a correr para uma viela, provocando as mortes.
Um vídeo da ação mostra alguns PMs dirigindo dezenas de pessoas - a golpes de cassetete - para uma viela com cerca de dois metros de largura.
Um estudante disse ao site que é comum que os PMs sejam chamados para dispersar os bailes, muitas vezes com truculência para dispersar a festa, mas que os policiais "geralmente deixam o pessoal correr". Segundo o relato, não foi o que ocorreu neste episódio. "Eles fecharam dos dois lados, e todo mundo correu para uma viela de três metros de largura. Quem estava na frente caiu", disse a testemunha ao UOL.
Outras testemunhas rebateram a versão de que dois homens em uma moto entraram no baile efetuando disparos. "É mentira. Eles [a PM] que já chegaram atirando, pisoteando a cara das pessoas, quebrando carros e motos. Foi tudo planejado", disse uma testemunha não identificada ao site.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a Operação Pancadão tem ocorrido periodicamente na capital paulista "para garantir o direito de ir e vir do cidadão e impedir a perturbação do sossego, fiscalizando a emissão ruídos proveniente de veículos".
No Twitter, o governador João Doria (PSDB) disse lamentar "profundamente" as mortes ocorridas no baile e que determinou ao secretário da Segurança Pública, general Campos, apuração "para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio".
Em dezembro de 2016, quando venceu a disputa para a Prefeitura de São Paulo, Doria, definiu o pancadão (baile funk) como "um cancro que destrói a sociedade".
"A cidade é um lixo vivo. O pancadão [baile funk] é um cancro que destrói a sociedade. O pancadão é administrado pelo PCC [Primeiro Comando da Capital]", disse o então prefeito eleito em evento na Fecomercio-SP.
JPS/ots
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