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CiênciaGlobal

Nobel de Medicina premia descoberta sobre a evolução humana

3 de outubro de 2022

Segundo júri, pesquisa do biólogo sueco Svante Pääbo ajuda a compreender como transferência de genes de hominídeos extintos para o Homo sapiens impactam forma como humanos modernos reagem a doenças.

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Svante Pääbo, Nobel de Medicina 2022
Pääbo trabalha atualmente no Instituto de Antropologia Evolutiva em LeipzigFoto: Christian Charisius/dpa/picture alliance

O biólogo sueco Svante Pääbo, de 67 anos, ganhou o Prêmio Nobel de Medicina deste ano. De acordo com o anúncio feito pelos organizadores da premiação neste segunda-feira (03/10), o cientista foi agraciado por suas descobertas sobre o genoma de ancestrais humanos extintos e sobre a evolução humana.

"Ao revelar as diferenças genéticas que distinguem todos os humanos vivos de hominídeos extintos, suas descobertas lançaram a base para a exploração do que torna a nós, humanos, seres únicos", afirmou o júri do prêmio.

As descobertas de Pääbo foram fundamentais para o desenvolvimento da paleogenética. Nascido em 1955 em Estocolmo, o biólogo entrou para a universidade em 1975 para estudar Egiptologia e História da Ciência. Em 1977, por sugestão de seu pai, o também Nobel Sune Bergstom, começou a estudar medicina.

Seu primeiro grande sucesso científico foi em 1984, quando ele conseguiu clonar o DNA de uma múmia. A descoberta lhe rendeu a capa da revista Nature. Na época, ele ainda não havia concluído seu doutorado, conquistado dois anos depois, em 1986.

Após o doutorado, Pääbo passou três anos em Berkeley, nos Estados Unidos, onde estudou o material genético de fósseis. Em 1990, assumiu a cátedra de Biologia Geral da Universidade de Munique, na Alemanha. Em 1997, foi contratado pela Sociedade Max Planck para criar e comandar o Instituto de Antropologia Evolutiva, com sede em Leipzig.

Genética da evolução humana

Em Leipzig, Pääbo se dedicou a estudar as transferências genéticas na evolução humana, com base na comparação de amostras do homem moderno, de neandertais e de alguns hominídeos. Atualmente, o pesquisador trabalha na sequência do genoma do neandertal.

Segundo o júri do Nobel, a pesquisa de Pääbo é importante para a medicina, pois ajuda a compreender como os genes dos antepassados influenciam diversas doenças. A transferência dos genes de hominídeos extintos para seres humanos modernos, ou Homo sapiens, por exemplo, teve um impacto na maneira como o sistema imunológico humano reage a infecções.

"Paabo e sua equipe descobriram de forma surpreendente que ocorreu uma transferência de genes de Neandertais para Homo Sapiens, demonstrando que [as espécies] tiveram filhos durante períodos de coexistência", disse Anna Wedell, diretora do Comitê do Nobel.

Segundo os organizadores, Pääbo ficou muito emocionado ao receber a notícia sobre o Nobel. Com prêmio, um dos mais prestigiados do mundo científico, Pääbo receberá 10 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 4,8 milhões.

No ano passado, o Nobel de Medicina foi para pesquisadores que fizeram descobertas sobre os receptores de estímulos de temperatura e contato no corpo humano. Em 2020, ele foi para três cientistas que descobriram o vírus da hepatite C.

O Nobel de Medicina foi o primeiro a ser entregue este ano. Durante a semana, o Comitê vai tornar conhecidos os vencedores da homenagem nas categorias Física, Química, Literatura, Paz e Economia.

cn/rk (EFE, Reuters, AFP)