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SaúdeJordânia

Jordânia: Ministro da Saúde é demitido por falta de oxigênio

14 de março de 2021

Pelo menos sete pessoas morreram em hospital que trata pacientes com covid-19 após fim dos estoques de oxigênio. Primeiro-ministro do país pede desculpas por "erro grosseiro e inaceitável".

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Hospital de Salt, que registrou falta de oxigênio. Local foi inaugurado em agostoFoto: Muath Freij /REUTERS

O ministro da Saúde da Jordânia foi demitido neste sábado (13/03) depois que sete pessoas morreram por falta de oxigênio em um hospital que trata pacientes com covid-19.

A falta de oxigênio atingiu as enfermarias de terapia intensiva, maternidade e ala que trata de pacientes com coronavírus em um hospital hospital de Salt, a oeste da capital Amã.

Em janeiro, o Brasil registrou um caso similar, quando mais de 30 pessoas morreram após o fim dos estoques de oxigênio em hospitais de Manaus. Documentos apontam que o Ministério da Saúde brasileiro sabia do colapso iminente e não fez nada para tentar resolver a situação crítica. Apesar do escândalo provocado pelo episódio, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, continua no cargo.

Reações na Jordânia

Coube ao primeiro-ministro da Jordânia, Bisher al Khaswaneh, anunciar a demissão do ministro da Saúde, Nathir Obeidat. Em um pedido público de desculpas, ele disse que seu governo tem total responsabilidade pelas mortes.

"Este é um erro grosseiro que não pode ser justificado ou aceito. Sinto vergonha disso e não vou justificá-lo", disse Khaswaneh, acrescentando que estava aguardando os resultados de uma investigação.

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Parentes de pacientes protestaram contra as autoridadesFoto: Khalil Mazraawi/AFP/Getty Images

Obeidat disse ter "responsabilidade moral" pelas mortes dos pacientes, que estavam sendo tratados de covid-19 quando as enfermarias ficaram sem oxigênio por quase uma hora.

O rei Abdullah visitou o hospital em uma ação que autoridades disseram ter o objetivo de acalmar as tensões, após centenas de parentes das vítimas protestarem. A raiva contra as autoridades já provocou distúrbios civis na Jordânia. "Como pode um hospital como este ver algo assim acontecendo?" disse ele ao entrar no hospital, que entrou em operação em agosto passado.

Alguns políticos disseram que o incidente mostra para uma grande má gestão dos hospitais públicos. A Jordânia está enfrentando um aumento nas infecções de covid-19 atribuídas principalmente à rápida transmissão da variante do coronavírus identificada pela primeira vez na Grã-Bretanha, e anunciou na semana passada medidas mais rígidas para conter a doença.

A Jordânia, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, registrou desde o início da pandemia 385.533 casos de covid-19 e 5.224 mortes.

jps (reuters, ots)