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Milhares protestam contra aumento de aluguéis em Berlim

6 de abril de 2019

Segundo organizadores, mais de 40 mil pessoas participam de marcha. Manifestações semelhantes ocorrem em outras 18 cidades alemãs. Berlim é o município onde o preço dos aluguéis mais subiu no país desde 2008.

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Manifestantes protestam em Berlim contra explosão do aluguel
Manifestantes protestam em Berlim contra explosão do aluguelFoto: Reuters/F. Bensch

Milhares de pessoas protestaram neste sábado (06/04) em Berlim contra o aumento dos aluguéis e a especulação imobiliária. A capital alemã é a cidade onde o preço dos aluguéis mais subiu desde 2008 no país. Em média, o aumento foi de 104% em somente dez anos.

Promovida por diversas iniciativas e associações, a manifestação reuniu cerca de 40 mil pessoas, segundo os organizadores. Da Alexanderplatz os manifestantes caminharam até o bairro de Kreuzberg, um dos mais afetados pela gentrificação – o processo de valorização de áreas urbanas que se reflete na explosão dos valores dos aluguéis, dificultando a permanência de moradores antigos.

Alguns manifestantes usaram máscaras com o rosto do prefeito de Berlim Michael Müller, do Partido Social-Democrata (SPD). Outros estavam fantasiados de "tubarão do aluguel” ou levavam cartazes pedindo o fim da especulação imobiliária.

Protestos semelhantes contra a explosão dos valores dos alugueis e a escassez de moradias ocorreram em outras 18 cidades alemãs, como Bochum, Dresden, Frankfurt, Munique e Stuttgart, e reuniu ao menos 10 mil pessoas. Em Colônia, cerca de 3 mil pessoas participaram da manifestação, segundo os organizadores.

Durante a manifestação, os organizadores da iniciativa Expropriar a Deutsche Wohnen & Co. deram início ao recolhimento de assinaturas para promover um referendo que visa a estatização de apartamentos que pertence às empresas do setor imobiliário que atuam na cidade. Nesta fase inicial, a iniciativa precisa reunir 20 mil assinaturas.

Marcha teve início na Alexanderplaz
Marcha teve início na AlexanderplazFoto: Reuters/F. Bensch

A consulta popular propõe a expropriação de moradias de empresas que possuem mais de 3 mil apartamentos na capital. O número de imóveis atingidos depende da quantidade que cada uma tem. Com a mudança, cerca de 210 mil apartamentos poderiam ser expropriados, e o valor da indenização para as companhias foi estimado pelos ativistas entre 7 e 13 bilhões de euros.

"Por anos, tivemos experiências ruins com essas empresas e sabemos que elas respondem apenas aos seus acionistas e não aos inquilinos. Não os queremos mais na nossa cidade”, afirmou Rouzbeh Taheri, um dos organizadores da consulta popular.

Uma pesquisa de fevereiro mostrou que 44% dos berlinenses apoiam a expropriação, enquanto 39% são contra. O referendo é controverso no âmbito político.

A presidente do SPD, Andrea Nahles, rejeita a expropriação. Em entrevista ao jornal alemão Bild am Sonntag, a política disse entender a revolta dos inquilinos contra as grandes empresas do setor imobiliário, porém, afirmou que os bilhões que seriam gastos por Berlim nas indenizações fariam falta para construção de novas moradias. Nahles defendeu preferir um mecanismo para estabelecer um teto para o valor dos alugueis.

A expropriação foi especialmente criticada pelo presidente do Partido Liberal Democrático (FDP), Christian Lindner, que afirmou que a iniciativa está abusando do tema moradia para promover uma experiência social já fracassada.

O presidente da Deutsche Wohnen, Michael Zahn, disse entender a preocupação dos inquilinos, mas afirmou que a expropriação é medida muito populista. Zahn pleiteou ainda mais subvenções estatais para proprietários de imóveis e inquilinos.

CN/apf/epd/rtr

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