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Acordo vago sobre clima

7 de junho de 2007

G8 "pensa seriamente" em reduzir à metade as emissões de CO2 até 2050. Acordo vago é festejado por Merkel e criticado pelo Greenpeace. "Clube dos ricos" estreita diálogo com Brasil, China, Índia, México e África do Sul.

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Merkel diz ter alcançado o 'máximo que foi possível'Foto: AP

Os chefes de Estado e de governo dos países mais industrializados do mundo e da Rússia traçaram um caminho que pretendem seguir na questão da proteção ao clima. No final deste ano, devem começar as negociações sobre um protocolo pós-Kyoto.

"Os países do G8 pretendem considerar seriamente como meta reduzir à metade até 2050 as emissões de CO2", anunciou a chanceler federal Angela Merkel, após as negociações desta quinta-feira (07/07), na cúpula de Heiligendamm, no norte da Alemanha.

Segundo Merkel, isso vale para todos os países-membros do G8, também para os EUA. Antes do encontro, o presidente norte-americano George W. Bush havia rejeitado a definição de metas concretas para a redução das emissões de CO2.

Merkel disse que o ponto mais difícil das negociações foi incluir na declaração a promessa de reduzir as emissões à metade até 2050. Ela classificou o acordo como um "grande sucesso" e "um grande passo à frente".

Segundo a chanceler alemã, trata-se de um "acordo real" e uma "linguagem muito clara, que não permite escapatória".

G8-Gipfel in Heiligendamm - Großbild
Mesa redonda dos chefes de Estado e de governo do G8 em HeiligendammFoto: AP

Merkel destacou como sucesso o fato de que todos os países envolvidos se comprometeram a dar continuidade ao processo de proteção ao clima no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, estaria aberto o caminho para negociar até 2009, a partir de uma conferência no final deste ano em Bali, regras a serem seguidas após o Protocolo de Kyoto.

Segundo Merkel, todos os países do G8 reconhecem os resultados do último relatório dos peritos da ONU sobre o clima. O Conselho Mundial do Clima pede medidas concretas contra o aquecimento global, especialmente a redução das emissões de CO2 a partir de 2015.

Os cientistas propõem uma limitação do aquecimento global a 2,4°C e a redução em até 85% das emissões dos gases do efeito estufa até 2030.

Resistência dos EUA

Na verdade, Merkel queria que, em Heiligendamm, os países industrializados assumissem explicitamente a obrigação de reduzir as emissões até 2050 à metade do volume registrado em 1990. A França, o Reino Unido e a Itália apoiaram essa idéia, mas os EUA foram contra a fixação de um teto.

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Em protesto espetacular no Mar Báltico, Greenpeace exigiu ação imediata do G8 pela proteção do climaFoto: picture-alliance/dpa

A chanceler alemã disse ter alcançado "o máximo que foi possível". Segundo a organização ambientalista Greenpeace, "isso é absolutamente insuficiente. Deveriam ter sido fixadas metas concretas a serem atingidas".

O presidente do Partido Verde alemão, Reinhard Bütikofer, classificou o acordo como "um triunfo da falta de compromisso e uma vitória das declaraçõs evasivas. Merkel não cumpriu sua promessa. Ela havia prometido que exigiria decisões claras".

Segundo informações de integrantes das delegações presentes em Heiligendamm, a questão do clima foi a última em que ainda gerava divergências. Nos demais pontos da pauta, os países do G8 já haviam chegado a posições comuns antes.

Diálogo do G8 com países emergentes

Gabriel mit Umweltministern der Schwellenländer
Encontro de ministros do Meio Ambiente do G8 e dos cinco grandes países emergentes antecedeu a cúpulaFoto: AP

Segundo informações da agência alemã de notícias DPA, por iniciativa de Merkel, futuramente haverá um diálogo especial do G8 com os países emergentes. Através do chamado "processo de Heiligendamm", Brasil, China, Índia, México e África do Sul serão integrados mais estreitamente na busca de soluções para problemas globais.

Segunda uma declaração da cúpula publicada nesta quinta-feira, "nem o G8, nem as grandes economias emergentes têm condições de enfrentar estes novos desafios sozinhos. O dois lados têm agora a chance de definir uma nova parceria na busca de uma resposta a esses desafios econômicos".

O diálogo entre G8 e países emergentes se concentrará nas áreas de fomento e proteção a inovações, liberdade de investimentos e fortalecimento dos princípios da responsabilidade social empresarial.

Além disso, eles devem assumir uma responsabilidade comum pelos países em desenvolvimento, especialmente pela África. Na questão da proteção do clima serão discutidos a cooperação tecnológica e o intercâmbio de know how sobre eficiência energética.

Dentro desse diálogo, a questão energética será tratada sob o manto da Agência Internacional de Energia (AIE), enquanto a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) foi encarregada de criar uma plataforma para a abordagem dos demais temas. (kas/gh)