Para meditar
7 de março de 2009Maria Laach é um destino para quem quer deixar os centros urbanos alemães para trás e prefere o lugar-comum de visitar cidades medievais. Se conseguir conciliar a agenda, poderá até assistir a concertos de música religiosa realizados na igreja ou participar das missas. O complexo fica na margem sudoeste do lago Laach, próximo à cidade de Andernach, no estado da Renânia-Palatinado.
A abadia foi fundada em 1093 e é considerada uma relíquia da arquitetura românica. Neste baú de tesouros escondido entre áreas verdes está, também, a tradição do canto gregoriano, que desde 1892 pode ser ouvido na igreja e no mosteiro. Para a visita ser completa, dedique uma parte do tempo para os detalhes do túmulo de Henrique 2º, que ordenou sua construção.
História secular
Maria Laach vivenciou um período rígido até a primeira metade do século 14. Os abades Alberto (1199-1217) e Teodorico 2º (1256-1295) direcionaram as energias para o embelezamento e a decoração da igreja e do monastério. É do período de Teodorico a tumba construída para abrigar os restos de Henrique 2º. O trabalho feito em uma única peça em madeira e com tamanho original do fundador de Maria Laach ainda preserva as cores originais do século 8º.
Até a dissolução da abadia no grande movimento de secularização do ano de 1802, Maria Laach era um importante centro religioso e literário. Passou por domínio francês e prussiano. Em 1820 se tornou propriedade privada e 43 anos mais tarde, foi adquirida pela Sociedade de Jesus. Sob domínio jesuíta, voltou às origens como significativo centro de aprendizado.
Detalhes escondidos
Quem quer sair de Maria Laach com a impressão de que descobriu algo que nenhum outro turista observou durante a visita ao local precisa ficar bem atento ao entorno. Em alguns capitéis (extremidade superior de uma coluna) é possível observar figuras mitológicas esculpidas na pedra. Apesar de o lugar respirar religião e seriedade, você verá o diabo na porta do inferno ou demônios que puxam os cabelos das pessoas.
Os mosaicos e os afrescos também fazem parte da lista de atrativos diferenciados. E abaixo do altar do século 8º fica a cripta. Se Maria Laach parece perdida no tempo, descer os degraus que levam até a câmara subterrânea é uma viagem mais distante no tempo. O ar frio do local e o conjunto de colunatas próximas umas das outras colaboram com a atmosfera do local. Lá embaixo está enterrado Gilberto, o primeiro abade de Maria Laach.
Paisagem
Depois do passeio pelo complexo de Maria Laach é hora de conhecer a região e, quem sabe, alimentar os patos que vivem às margens do lago que deu nome à igreja. São dois quilômetros de largura para três quilômetros de comprimento. Uma série de trilhas leva à beira d'água. Bancos instalados no local permitem um período de contemplação (da natureza). Cada estação do ano tem um atrativo. Mas, se puder escolher, maio e junho são os meses ideais para a visita.
Autor: Rodrigo Rodembusch
Revisão: Roselaine Wandscheer