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Maioria dos refugiados de 2015 tem hoje trabalho na Alemanha

28 de julho de 2023

Crise migratória, deflagrada principalmente pela guerra na Síria, trouxe centenas de milhares ao país. Estudo mostra que 54% deles exercem hoje uma profissão, e um em cada três se qualificou.

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Um homem jovem opera uma máquina para cortar carne assada num espeto giratório. Ele veio para a Alemanha como refugiado fugido do Afeganistão e mantém desde 2020 sua própria lanchonete na cidade de Gladbeck.
Ramin Aziz, afegão que mantém desde 2020 seu próprio negócio na cidade de Gladbeck.Foto: Parwaneh Alizadah/DW

A maioria dos refugiadosque chegaram à Alemanha em 2015 estava integrada ao mercado de trabalho em 2021, aponta estudo do Institut für Arbeitsmarkt- und Berufsforschung (IAB) nesta quinta-feira (27/07): 54 de cada 100 tinham renda decorrente de uma ocupação e pagavam impostos no país, 10% a mais do que em 2020, ano da pandemia de covid.

Há, porém, diferenças significativas entre os gêneros: enquanto entre os homens a taxa de ocupação era de 67%, entre as mulheres o número cai para 23%.

O IAB sugere a ampliação da oferta de creches e modelos de trabalho flexíveis para corrigir esse desequilíbrio, e pondera que a integração de refugiados ao mercado de trabalho é mais difícil e trabalhosa em comparação com os demais estrangeiros que migram para a Alemanha por vias convencionais – os primeiros migram por necessidade urgente e extrema, argumenta o instituto, tomando decisões de curto prazo, sem tempo para preparar previamente a chegada em um novo país.

Enquanto no primeiro ano refugiados tinham taxa de ocupação de 7%, esse número chega a 62% em sete anos – as baixas taxas de ocupação iniciais, segundo o instituto, se devem ao fato de que muitos têm que aguardar a análise do pedido de asilo para poder trabalhar ou são impedidos legalmente de fazê-lo. À medida que os anos vão passando, contudo, a tendência é de melhora.

70% em profissões qualificadas, mas 41% estão subaproveitados

Dentre os refugiados que trabalhavam, 65% o faziam em regime integral, e 70% exerciam uma profissão qualificada – aquelas que requerem uma formação técnica ou acadêmica específica –, mas 41% ainda não estavam no mesmo patamar de carreira pré-migração – desempenhando, portanto, tarefas de menor complexidade.

Um em cada três refugiados também frequentou uma escola ou instituição de ensino superior, concluiu uma formação técnico-profissional ou passou por um curso de aperfeiçoamento na Alemanha.

Entre os trabalhadores em tempo integral, a renda média bruta, que inclui os impostos, saltou de 1.660 euros nos primeiros dois anos após a chegada à Alemanha para 2.037 euros no sexto ano. A remuneração por hora, porém, está abaixo da média paga aos demais trabalhadores da Alemanha – algo que o IAB atribui à pouca idade da maioria dos refugiados, que têm entre 25 e 30 anos, enquanto a média de idade dos demais trabalhadores no país é de 50 anos.

45% dos refugiados recebem algum auxílio do governo, mas mais de um quarto dessas pessoas trabalha mesmo assim – é o caso, informa o IAB, de pessoas que têm famílias para sustentar e não dão conta, sozinhas, do fardo financeiro.

Descontados os ucranianos, cuja acolhida na Alemanha ocorre sob condições facilitadas, 2,2 milhões de refugiados viviam no país segundo dados de 2022.

O estudobaseia-se em um questionário aplicado junto a refugiados em parceria com o Ministério Federal para Migração e Refugiados e o Painel Socioeconômico do Instituto Alemão para Pesquisa Econômica (DIW).

ra (ots)