Máquina separa uvas boas das podres com 99% de acerto
15 de novembro de 2013O cientista Kai-Uwe Vieth monta no pátio da Faculdade de Geisenheim, na Alemanha, a máquina que seleciona uvas. O pesquisador do Instituto Fraunhofer liga o barulhento aparelho de seis metros de comprimento para um pequeno teste. Em seguida, ele pega o balde com uvas da variedade tinta e coloca um punhado delas na esteira.
Enquanto deslizam a uma velocidade de 3 metros por segundo, elas são fotografadas por uma câmera fotográfica de alta velocidade que captura 18 mil imagens por segundo das uvas. Assim, o grau de maturação de cada fruto é identificado através do formato e das nuances de cor.
Em seguida, as imagens são analisadas em milésimos de segundos por um software criado para isso, o TeachNSort. As uvas maduras vão para um recipiente cinza e aquelas que ainda não estão no ponto, bem como folhas e pedras, são sopradas com ar comprimido para fora da esteira.
Para Vieth, a máquina de seleção de uvas, chamada de GrapeSort, pode facilitar o processo de produção de vinho para os vinicultores. As melhores frutas são rapidamente identificadas e separadas daquelas que poderiam prejudicar a qualidade do vinho. A tecnologia também possibilita ao vinicultor a produção de vinhos de diferentes qualidades. Os resultados dos testes são promissores, assegura o pesquisador.
A máquina está sendo desenvolvida por pesquisadores do Instituto Frauenhofer para Optoeletrônica, Técnica de Sistemas e Análise de Imagens. O Ministério Federal para Economia e Tecnologia da Alemanha financia o projeto com 500 mil euros.
Somente as melhores
A engenheira Magali Lafontaine controla se a máquina de selecionar uvas está funcionando como prometido. A especialista está satisfeita com os testes. "Nós programamos o que a máquina deve separar, e sempre funciona muito bem", afirma a pesquisadora do Instituto de Vinicultura Geral e Ecológica, da Faculdade de Geisenheim.
Ela aponta para o resultado, distribuído em caixinhas de alumínio. Na fileira superior estão as melhores frutas e na inferior, as piores.
Numa das caixas está escrito 100% positivo, e nela há apenas uma uva. A máquina a reconheceu sem problemas. Segundo Lafontaine, a precisão é de 99%. A engenheira tem certeza que essa invenção pode melhorar significativamente a qualidade das safras de vinho.
Atualmente, a GrapeSort pode avaliar o grau de maturação e o estado de cinco até oito toneladas de uva. Na próxima fase, os pesquisadores pretendem aprimorar o programa para medir também a quantidade de açúcar.
Por enquanto, eles têm certeza de uma coisa: a invenção pode facilitar o trabalho dos vinicultores. A colheita manual é trabalhosa. Já existem máquinas que realizam esse tarefa, mas elas não fazem a separação. Com a GrapeSort, isso pode mudar.