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Leste da Ucrânia tem 2 mil violações a cessar-fogo em um dia

20 de fevereiro de 2022

Ataque de artilharia chegou perto de ministro e autoridades militares do país, e dois soldados morreram – primeiras mortes do tipo em mais de um mês. Ministros do G7 afirmam estar "seriamente preocupados".

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Combatente da autoproclamada República Popular de Donetsk anda em trincheira
Combatente da autoproclamada República Popular de Donetsk anda em trincheiraFoto: REUTERS/ALEXANDER ERMOCHENKO

Foram registradas neste sábado (19/02) cerca de duas mil violações ao cessar-fogo no leste da Ucrânia, segundo observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). 

Entre essas violações, um ataque de artilharia chegou perto do ministro de Assuntos Internos da Ucrânia, Denys Monastyrsky, e de autoridades militares ucranianas que faziam uma vistoria na linha de frente do conflito no leste do país. O grupo buscou refúgio em um abrigo antibomba e depois deixou a área. 

O governo da Ucrânia informou que dois soldados foram mortos neste sábado por forças separatistas pró-Rússia, as primeiras mortes do tipo registradas em mais de um mês. Outros quatro militares ficaram feridos.

O Protocolo de Minsk, assinado em 2015, determina o cessar-fogo na região, mas os líderes separatistas de dois territórios no leste da Ucrânia, as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, ordenaram uma mobilização militar neste sábado.

Em uma mensagem de vídeo, o líder da chamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, disse que pediu "aos compatriotas que estão na reserva que venham aos comissariados militares. Hoje, assinei um decreto de mobilização geral".

A Otan determinou que seus funcionários em Kiev se mudassem para o oeste da Ucrânia e Bruxelas. O chefe da aliança militar, Jens Stoltenberg, afirmou à emissora pública alemã ARD que todos os indícios sugerem que a Rússia "está planejando um amplo ataque contra a Ucrânia".

Ministros do G7 "seriamente preocupados"

Os ministros das Relações Exteriores do G7, que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo, também disseram no sábado que não vinham evidência alguma de que a Rússia estaria reduzindo a atividade militar perto das fronteiras da Ucrânia e que seguiam "seriamente preocupados" com a situação.

"Exortamos a Rússia a escolher o caminho da diplomacia, a diminuir as tensões, a retirar substancialmente as forças militares da proximidade das fronteiras da Ucrânia e a cumprir plenamente os compromissos internacionais", disseram os países em uma declaração conjunta divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha.

"Como primeiro passo, esperamos que a Rússia implemente a anunciada redução de suas atividades militares ao longo das fronteiras da Ucrânia. Não vimos nenhuma evidência desta redução", afirmaram.

Zelenski sugere reunião com Putin

Falando na Conferência de Segurança de Munique no sábado, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, propôs uma reunião com Putin para afastar a possibilidade de uma invasão.

"Eu não sei o que o presidente russo quer. Por esta razão, proponho que nos encontremos", disse Zelenski.

O presidente da Ucrânia também disse que Kiev precisava de "garantias de segurança" em face de uma possível invasão.

"Vocês estão dizendo que a guerra está prestes a começar, então o que estão esperando? Não precisaremos de suas sanções quando as bombas começarem.... Quando vocês perguntam o que pode ser feito, muitas coisas diferentes podem ser feitas. Podemos fornecer uma lista", disse.

bl (Reuters, AFP, AP, ots)