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Keiko Fujimori vence primeiro turno no Peru

11 de abril de 2016

Filha do ex-ditador Alberto Fujimori obtém 39% dos votos e disputará segundo turno com Pedro Kuczynski, que soma 24%. Candidata tentou se afastar da imagem do pai, condenado por violação dos direitos humanos e corrupção.

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Foto: Reuters/M. Bazo

Fujimori vai ao segundo turno no Peru

A candidata Keiko Fujimori, filha do controverso ex-presidente Alberto Fujimori, saiu vencedora do primeiro turno da eleição presidencial do Peru, realizado neste domingo (10/04).

Segundo os primeiros dados divulgados pelo Jurado Nacional de Elecciones (órgão eleitoral peruano), Keiko somou 39,18% dos votos, com cerca de 40% das urnas apuradas.

No segundo turno, em 5 de junho, a presidente do partido Fuerza Popular enfrentará o ex-ministro e economista Pedro Pablo Kuczynski, do partido de centro-direita Peruanos por el Kambio, que obteve 24,25% dos votos.

Em terceiro lugar está a parlamentar Verónika Mendoza, da sigla esquerdista Frente Amplio, que recebeu 16,57% dos votos.

"Este novo mapa político que se desenvolveu mostra que o Peru quer a reconciliação e não quer mais brigas", disse Keiko, que baseou sua campanha eleitoral no combate à crescente violência no país. Em discurso na sede de sua campanha, Keiko afirmou esperar que o segundo turno seja uma disputa "com ideias e propostas".

Durante a campanha, Keiko também procurou constantemente desvincular sua imagem da de seu pai, que comandou o país de 1990 até 2000, antes de ser condenado a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos e corrupção.

Fujimori vai ao segundo turno no Peru

Apesar disso, a família Fujimori deve voltar ao comando do Peru: o irmão de Keiko, Kenji Fujimori, foi o deputado mais votado e deverá liderar o parlamento do país.

Ataques, desqualificações polêmicas e Lava Jato

Cerca de 23 milhões de peruanos foram chamados a participar da eleição, após uma campanha marcada por acusações de compra de votos, desqualificações de candidatos e ataques atribuídos à antiga guerrilha maoísta Sendero Luminoso.

Na véspera da eleição, dois ataques ao Exército, atribuídos pelas autoridades a forças residuais do Sendero Luminoso, mataram ao menos dez pessoas no centro do país.

A campanha eleitoral foi também cheia de polêmicas. Dos 19 candidatos que iniciaram a corrida presidencial, nove desistiram ou foram expulsos durante o processo, em parte devido a uma nova lei de partidos políticos que proíbe, sob pena de exclusão, o financiamento ilegal de campanha.

Dois dos principais concorrentes de Keiko, César Acuña e Julio Guzmán, foram desqualificados pelo órgão eleitoral peruano, que foi alvo de críticas devido à falta de critérios em seus veredictos.

A legislação, que permite excluir os candidatos até o dia da votação, foi criticada por juristas e pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que alertou para "uma eleição semidemocrática".

Além disso, as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal também abalaram o cenário político peruano. Isso porque, entre os principais nomes acusados de envolvimento com o sistema de corrupção e propinas estão três candidatos à presidência – Kuczynski e os ex-presidentes Alan García e Alejandro Toledo –, além do atual chefe de Estado, Ollanta Humala, e sua esposa Nadine Heredia.

Nadine und Ollanta Heredia de Humala
Além de três candidatos, atual presidente Ollanta Humala e sua esposa Nadine foram mencionados na Lava JatoFoto: picture-alliance/dpa

Além deles, uma comissão parlamentar de inquérito (criada em novembro para investigar supostas reuniões da empresária brasileira Zaida Sisson com García e Humala em nome das construtoras Galvão Engenharia e Engevix) levantou o sigilo bancário de 432 pessoas, depois que o parlamentar que preside a comissão, Juan Pari, ter analisado a documentação enviada pelas autoridades brasileiras.

Convocada pela comissão poucos dias antes da eleição, a esposa de Humala negou ter recebido subornos ou propinas da empreitera Odebrecht durante a campanha eleitoral de seu marido. "Acompanhei o presidente Ollanta Humala, quando ainda era candidato, mas isso não significa que recebi qualquer contribuição econômica nem qualquer especificação sobre projetos", garantiu.

PV/lusa/efe/rtr