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EsporteGlobal

Jogos Paralímpicos começam no pior momento da covid no Japão

24 de agosto de 2021

Tóquio registra hoje quase três vezes mais infectados do que durante os Jogos Olímpicos. Organizadores admitem que evento ocorre em "circunstâncias muito difíceis".

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Abertura dos Jogos Paralímpicos
Foto: ATHIT PERAWONGMETHA/REUTERS

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram nesta terça-feira (24/08), no momento mais agudo da pandemia no Japão, que enfrenta recordes diários de casos e sobrecarga do sistema de saúde.

Os organizadores admitem que o evento será realizado em um momento desafiador. Hoje, a situação da covid-19 no Japão é muito pior do que quando os Jogos Olímpicos começaram, um mês atrás.

Os casos diários na capital, com base na média móvel de sete dias, estão em torno de 4.700 – no final de julho, eram 1.800. O número de pacientes internados em estado grave é superior a 270, um recorde. Os hospitais têm, além disso, mais de 4 mil infectados por covid-19 no total. Outras 25 mil pessoas estão doentes, mas em casa.

"A situação da covid é pior que a nos Jogos Olímpicos, e o sistema médico local está agora sobrecarregado", disse Hidemasa Nakamura, do comitê organizador. "As Paralimpíadas serão realizadas em circunstâncias muito difíceis."

A abertura dos Jogos teve fogos de artifício e uma performance inspirada nos karakuri, tradicionais bonecos mecânicos japoneses, seguida pelo desfile de atletas. Voluntários carregaram as bandeiras do Afeganistão, hoje dominado pelo movimento extremista Talibã, e da Nova Zelândia, que se recusou a participar da cerimônia devido à covid-19.

Cerca de 4 mil atletas e 12 mil membros de delegações de todo o mundo participam dos Jogos Paralimpícos, que vão até o dia 5 de setembro. Nenhum espectador, com exceção de algumas crianças ligadas a programas escolares específicos, estarão nas arquibancadas durante os 13 dias de Jogos.

Voluntária carrega bandeira do Afeganistão na cerimônia de abertura
Voluntária carrega bandeira do Afeganistão na cerimônia de aberturaFoto: MARKO DJURICA/REUTERS

Sistema de saúde sobrecarregado

O governo japonês e a prefeitura de Tóquio pediram na segunda-feira aos hospitais da capital que aceitem mais pacientes de covid-19, pois o aumento das infecções tornou o acesso ao atendimento cada vez mais difícil.

O sistema médico sobrecarregado é uma preocupação séria. Recentemente, uma mulher de 40 anos morreu em casa vítima de covid, entre vários outros relatos similares. A falta de leitos significa que os socorristas estão lutando para encontrar hospitais que aceitem pacientes infectados.

Antes dos Jogos, os organizadores pediram a vários hospitais que garantissem leitos para atletas infectados e feridos, mas apenas alguns poucos casos relacionados aos Jogos evoluíram a ponto de internação ser necessária.

Os organizadores estão agora consultando hospitais sobre a aceitação de casos de atletas infectados ou feridos ou de funcionários que necessitam de hospitalização. Dependendo das condições de saúde de um indivíduo, os atletas paralímpicos podem precisar de cuidados especiais e ter maior probabilidade de sofrer severamente com a covid-19.

Restrições de movimentação

O número de atletas e membros de delegações viajando do exterior representa menos de um terço do que durante os Jogos Olímpicos. Mas os organizadores planejam implementar os mesmos protocolos utilizados durante o primeiro evento.

Eles dizem que testes frequentes e outras restrições, como a limitação do movimento de atletas e comissões, provaram ser eficazes para minimizar os riscos de infecção durante os Jogos.

Assim como os Jogos Olímpicos, os Paralímpicos também ocorrerão sem espectadores, e os organizadores pediram aos envolvidos no evento que evitem comer fora ou sair para beber em grupos.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos relataram 404 infecções relacionadas ao evento. Eles realizaram cerca de 600 mil testes de triagem, com uma taxa de infecção de 0,02%.

Cerca de 88% dos milhares de atletas e membros de delegações que participaram dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos foram vacinados.

rpr/ek (Reuters, AP)