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Caso das "rachadinhas" pode voltar à estaca zero

10 de novembro de 2021

Por quatro votos a um, Quinta Turma do STJ aceita recurso da defesa de Flávio Bolsonaro e anula decisões da primeira instância, entendendo que parlamentar tinha foro privilegiado. Senador comemora "fim da perseguição".

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Flávio Bolsonaro
"Justiça finalmente foi feita", comemorou Flávio Bolsonaro nas mídias sociaisFoto: Getty Images/AFP/M. Pimentel

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as decisões da primeira instância da Justiça do Rio de Janeiro envolvendo as investigações sobre um suposto esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa (Alerj). O inquérito na primeira instância foi presidido pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio. 

Por quatro votos a um, os ministros do colegiado aceitaram nesta terça-feira (09/11) um recurso da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) para anular os atos processuais, sob a alegação de que Flávio Itabaiana não poderia ter atuado no caso, que deveria ter tramitado desde o início no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

Na época das acusações apontadas pelo Ministério Público, o senador ocupava o cargo de deputado estadual. Dessa forma, no entender do colegiado, somente o TJRJ poderia tomar decisões sobre o caso. 

Estaca zero

Em fevereiro, o STJ também anulou as provas coletadas a partir da quebra de sigilo bancário e fiscal de aproximadamente 90 investigados no suposto esquema, por falta de fundamentação.

A nova decisão estende agora as anulações para toda a investigação da "rachadinha", desde o seu início, fazendo com que, na prática, a investigação tenha que voltar à estaca zero.

O MP-RJ afirmou que vai aguardar a publicação do acórdão referente à decisão para "analisar as providências cabíveis".

A chamada "rachadinha" é uma prática ilegal de confisco, por parlamentares, de parte dos salários de assessores de gabinete.

"Fim da perseguição"

Em publicação no Twitter, Flávio Bolsonaro comemorou a decisão do STJ afirmando ter chegado ao fim a suposta perseguição de membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) contra ele, as quais teriam intenção de "tentar atingir o presidente Bolsonaro".

"Após quase três anos de investigação ilegal e que, mesmo ante as inúmeras arbitrariedades, vazamentos e covardias, nada foi encontrado contra mim, justiça finalmente foi feita. A perseguição promovida por alguns poucos membros do honrado Ministério Público do Rio de Janeiro, para tentar atingir o Presidente Bolsonaro, chega ao fim", escreveu o senador.

md/lf (EBC, ots)