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Indústria mantém plano de redução de emissões

(am)19 de setembro de 2003

A indústria energética alemã reafirmou seu compromisso anterior de redução das emissões poluentes. Este foi o principal resultado de um encontro do governo de Berlim com representantes do setor econômico.

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Usinas a carvão: motivo de polêmica na política energética da AlemanhaFoto: AP

Juntamente com seu ministro da Economia, Wolfgang Clement, e do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, o chanceler federal Gerhard Schröder recebeu, na noite da quinta-feira (18/09) em Berlim, os representantes das grandes empresas energéticas alemãs e de outros setores industriais afins.

O objetivo principal do encontro – estabelecer diretrizes para o comércio de emissões – não foi logrado. A questão deverá ser tratada agora no âmbito de um grupo de trabalho, criado especialmente para esta finalidade. Os chefes dos grandes conglomerados energéticos, bem como das indústrias que consomem muita energia – como a do cimento, manifestaram o temor de custos adicionais elevados, em especial depois que for iniciado o comércio de emissões dentro da União Européia, a partir de 2005. Apesar disto, os participantes declararam-se satisfeitos com os resultados da reunião.

Sem desconto

Para o ministro do Meio Ambiente, Jürgen Trittin, a reunião de Berlim foi importante pelo fato de o setor industrial ter confirmado o compromisso de reduzir 45 milhões de toneladas nas emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa. Isto será facilitado ainda mais, através do comércio de emissões, na opinião de Trittin.

"Deixei claro que também o governo federal mantém a sua promessa internacional, baseada no compromisso voluntário da indústria alemã, de que as emissões serão reduzidas em 45 milhões de toneladas. Mas não haverá qualquer desconto nisto", afirmou o ministro.

Energias renováveis

A questão mais polêmica do encontro energético de Berlim foi o fomento das fontes renováveis de energia, especialmente a energia eólica. Nas últimas semanas, o gabinete ministerial mostrou-se dividido em relação ao assunto. Enquanto Jürgen Trittin defende a manutenção dos incentivos fiscais para as fontes alternativas de energia, o ministro da Economia Wolfgang Clement é de opinião que tais recursos devem ser destinados a outros setores da produção energética.

A discórdia interna no governo alemão tem como pano de fundo a necessária modernização ou substituição de cerca de um terço do parque energético alemão. O saneamento das usinas obsoletas deve começar no ano que vem e implicará em investimentos bilionários. A disputa entre os dois ministros tem um caráter político: Jürgen Trittin, do Partido Verde, defende os sistemas ecológicos e quer manter o fomento às fontes renováveis de energia. O social-democrata Wolfgang Clement, por sua vez, prefere atender os interesses da clientela tradicional do SPD, principalmente os trabalhadores das minas de carvão mineral.

O encontro de Berlim levou a um compromisso entre os dois ministros. Jürgen Trittin: "Se quisermos garantir nosso abastecimento e não continuar sobrecarregando o meio ambiente, então temos de lançar mão de mais energias renováveis. Ao mesmo tempo, sabemos que haverá usinas termelétricas a carvão na Alemanha também no ano de 2020. Mas elas terão então de ser muito mais limpas e eficientes."